Alguns posts atrás, escrevi sobre a ida dos Cavaleiros da Paz para o México.
A essa altura, os gaúchos já estão por lá, cavalgando por entre antigas e históricas “haciendas”.
E aí lembrei que, numa viagem de quase um mês por aquele país, passei um dia numa hacienda no estado de Jalisco, na cidade de Lagos de Moreno.
Estávamos hospedados na cidade e fomos conhecer a Hacienda Las Cajas, a convite dos proprietários, a família Pedrero.
Só a viagem curta já teria valido a pena, passando por campos gigantes de agave-azul (a planta da qual se faz a tequila), mas o melhor ainda estaria por vir.
Chegamos ao casarão colonial com pelo menos dois séculos de histórias (a propriedade data de 1576, mas não há informações exatas sobre as construções) e que, desde 1956, pertencia à família Pedrero, tradicionais criadores de touros e de cavalos quarto-de-milha.
Ali também, durante dois meses por ano, funcionava uma escola de Charrería (vou falar mais adiante sobre isso), um esporte nacional do qual um dos Pedrero, Alejandro, era um dos grandes campeões então (ele, inclusive, esteve na Expointer de Esteio em 2015).
Como a final do campeonato nacional seria dali a uns dias em Guadalajara, a capital do estado de Jalisco, a casa estava lotada de gente da família que tinha viajado para acompanhar as provas.
Tivemos então, naquele dia, uma intensa mostra de cultura, esporte, gastronomia e convívio familiar, além de muita história.
De cara, o que se vê é a imponência da capela, com colunas dóricas.
Não era um lugar turístico àquela altura (li que agora, passados mais de 10 anos, o lugar teria se transformado em hospedagem turística, mas encontrei uma única referência sobre isso), o que tornava tudo mais autêntico.
O casarão, conta o pai de Alejandro em um vídeo de 2013 disponível no Facebook (clique aqui para assisti-lo e ver mais imagens da hacienda), estava em ruínas quando o pai dele comprou a propriedade, em 1956.
Não estava superrestaurado quando estivemos lá, e o tamanho e o custo para mantê-lo certamente eram impeditivos para manter o lugar brilhando, mas ainda assim a beleza da construção, o mobiliário e utensílios chamavam atenção.
Almoçamos um almoço de mesa farta e comidas típicas, num ambiente alegre e festivo.
Conhecemos a propriedade, vimos algumas exibições de laço de futuros charros.
No dia seguinte, seguimos para Guadalajara para acompanhar algumas finais do campeonato.
Passamos quase um dia inteiro acompanhando as provas e deu para perceber o quanto o esporte é levado a sério, com transmissões ao vivo, jornalistas especializados, arena que não deixa a perder para nossos estádios de futebol, em tamanho e infraestrutura.
É um pouco do que os cavaleiros gaúchos encontrarão por lá.
Gostei de eles me terem feito lembrar daquele trecho da viagem, que nunca foi esquecido, mas do qual poucas vezes falei.