Aproveitando que no post anterior falei de uma situação envolvendo carro e pedestre, tenho outra pra dividir com a querida audiência.
Imagine a cena, é clássica: via de mão única, você querendo estacionar o carro de ré numa vaga normal de rua à sua esquerda. Resta como única opção o espelho retrovisor externo esquerdo, é ele quem vai te orientar a não subir o cordão da calçada e não bater no carro da vaga de trás. Mas aí, do nada, surge de trás do carro um casal com sua filhinha de 5, 6 anos. A menina, certamente instruída pelos pais, me aborda reclamando que eu quase os atropelei. Que eu teria que ter mais cuidado, que eu estive perto de causar um acidente. Com todo cuidado, carinho e atenção que uma criança merece me dirigi a ela e a mãe, que estava ao seu lado, justificando que naquele momento eu estava olhando para o espelho e que não tinha como ver ou perceber sua aproximação, e sugeri como pai, que talvez fosse prudente que ela não passasse atrás de um carro estacionando de ré, que esperasse, ou então passasse pela frente do carro onde o motorista poderia vê-la. “Tu quase nos atropelou.” insistiu a menina, me imputando uma responsabilidade que eu sabia que não tinha.
A responsabilidade do atropelamento, entendo eu, seria atribuída aos pais dela que inconseqüentemente cruzaram atrás de um carro em movimento estando o motorista sem condições de visualizar o que vinha por trás do lado contrário.
A mãe parece ter entendido meu argumento. Já o pai não se deu por satisfeito e quis prolongar o debate. Ceifei as expectativas dele encerrando o assunto fechando o vidro. Não teria paciência para o bate boca, ainda mais com vizinho.