PERGUNTA
“… Dr. Flávio, não sei se este é o meio correto de encaminhar uma pergunta, mas vá lá.
… Meu pai fez uma cirurgia na próstata. Quanto à próstata ficou tudo bem, todavia restou como sequela incontinência urinária … Não obstante, passados mais de 2 anos, a incontinência permanece e de forma ininterrupta, o que o deixa extremamente deprimido. Pergunto, há alguma possibilidade de reverter esta situação? Algum tratamento ou intervenção que melhore …”
RESPOSTA
Freqüentemente, nos deparamos com a tomada de decisão de tratamento frente a pacientes com câncer.
Sendo o câncer de próstata o tumor maligno mais comum no homem, excetuando os tumores de pele, muitas famílias enfrentam este problema. Entretanto, apesar de todos os avanços na urologia, ainda muitas perguntas permanecem sem uma resposta definitiva, como, por exemplo, quais tumores são agressivos, quais são pouco agressivos, quais apresentaram uma evolução favorável ou desfavorável frente aos diferentes tratamentos.
Justamente, por que sabemos que hoje existem muitos tumores de próstata pouco agressivos e que estávamos sendo mais agressivos que a própria doença em determinados pacientes, atualmente, existem novas pesquisas quanto a formas de tratamentos mais focalizados, menos agressivos e, consequentemente, com menos seqüelas.
A INCONTINÊNCIA URINÁRIA, é uma destas seqüelas que acometem homens submetidos a tratamentos prostáticos. Felizmente, as modificações nas técnicas de cirurgia e de radioterapia minimizaram muito a taxa de pacientes com este problema de perda urinária involuntária.
Atualmente, cerca de 10-15% dos pacientes apresentam incontinência após um ano do tratamento cirúrgico e/ou radioterápico. Quase na totalidade dos casos, a incontinência é parcial, ou seja, o paciente tem controle da maioria da urina, tendo micção no banheiro, entretanto, apresentando perdas eventuais. São raros os casos que exigem mais de 2 forros/dia.
Serviços e hospitais com grande experiência tendem a ter resultados melhores, com menores taxas de incontinência e de disfunção erétil pós-operatório. Da mesma forma que aparelhos de radioterapia com software mais recentes lesam menos os tecidos ao redor da próstata do que as radioterapias mais antigas.
TRATAMENTO da incontinência urinária após cirurgia. Fisioterapia especializada, procedimentos minimamente invasivos por endoscopia urinária podem ajudar em casos leves. em casos mais severos, que o paciente não tem controle e que, geralmente, ocorrem em pacientes com mais idade, ao redor dos 70 anos, o esfíncter artificial é a opção padrão com ótimo controle.