Como comentado no post anterior, o uso ou abuso de hormônios anabolizantes está cada vez mais popular entre pessoas que acreditam estar beneficiando a si próprias na busca de um corpo estético.
Um dos hormônios que está se tornando cada vez mais popular entre homens e mulheres é o Hormônio do crescimento (GH).
O endocrinologista, Dr César Luiz Boguszewski (Chefe do Serviço de Endocrinologia e Metabologia do Hospital de Clínicas do Paraná – UFPR) explica que a partir de meados da década de 80, o hormônio de crescimento (GH, do inglês growth hormone) começou a ser produzido por técnicas de DNA recombinante, o que favoreceu o seu uso terapêutico mais difundido entre a comunidade médica. Foi nesta época que uma doença chamada “deficiência de GH em adultos (DGHA)” foi definida e caracterizada.
Deficiência do Hormônio de Crescimento no Adulto (DGHA)
O diagnóstico de DGHA só é feito em pessoas que tenham doença, trauma, cirurgia ou radioterapia na região hipotalâmica-hipofisária, local do corpo onde o GH é produzido.
A DGHA não deve ser confundida com a “somatopausa”, que vem a ser a queda progressiva na produção hormonal de GH e IGF-1 que acontece com o envelhecimento em homens e mulheres, após os 30 anos
Enquanto as mudanças de composição corporal (aumento da gordura corporal e visceral, redução da massa magra e da massa óssea), anormalidades metabólicas e cardiovasculares, e o eventual comprometimento na qualidade de vida dos pacientes com DGHA podem melhorar com o tratamento com GH.
Somatopausa
Como é um declínio normal do envelhecimento, que favorece o aparecimento de osteoporose, por exemplo, a melhor prevenção é se exercitar. Eu já havia comentado que a “fonte da juventude” é se exercitar regularmente, pois assim mantemos o equilíbrio, evitando as tão temidas quedas na terceira idade e o idoso se torna mais ativo, mais independente.
O Prof. Dr. César destaca: “Atualmente, não há qualquer evidência médica que o GH beneficie indivíduos saudáveis que não tem deficiência deste hormônio-.”
Riscos do uso não médico
Nestes casos, quando se tenta usar GH como “agente anti-envelhecimento” ou um “elixir da juventude”, os riscos do tratamento – que incluem desde inchaço e dores articulares até aumento da pressão, diabetes e desenvolvimento de tumores – especialmente aqueles com doses inadequadas e por tempo prolongado, sobrepujam os eventuais benefícios que se procure obter com esta terapia estética. Ou seja, não há eficácia comprovada e os riscos são muito altos!”
Muitos sites na internet e algumas academias suspeitas, oferecem estimuladores da produção do GH e o próprio GH como meio de ganho muscular rápido. Até um falso GH em comprimidos com preços bem menores que o GH humano produzido pela industria farmacêutica são ofertados. Porém a maioria deste produtos além de não conter o GH (pois o verdadeiro custa caro) ainda tem na sua fórmula substâncias, inclusive hormônios veterinários.
Desta maneira, a única indicação regulamentar e ética do uso de GH em adultos aprovada no Brasil e todos os outros países é para reposição hormonal nos pacientes que não o produzem mais por doenças da hipófise, e preenchem os critérios diagnósticos de DGHA.
Postado por Flavio Heldwein, Florianópolis