Iluminada
Há uma máxima do religioso Henri Lacordaire que diz que a felicidade é simplesmente uma questão de luz interior. A empresária caxiense Clenar Eliza Meneghel serve de personificação para tal pensamento, reconhecida justamente por emanar uma alegria que contagia e inspira. Graduada em Comunicação Social nas áreas de Jornalismo e Relações Públicas, esta pisciana otimista, atualmente celebra a vida e o sucesso profissional na produção e customização de lustres e luminárias que projeta para decorar os salões sociais das recepções mais sofisticadas. Como pode-se perceber, luz é algo que não falta em sua vida.
Naturalmente apegada ao convívio social, Clenar sempre desenvolveu atividades voltadas para o outro: foi bancária durante 20 anos, trabalhou como jornalista freelancer, colunista social e até mesmo como sócia de um espaço para festas infantis. A partir de sua aptidão para as artes da comunicação e o prazer em manter uma agenda intensa de eventos e celebrações, mesmo que à trabalho, ela hoje considera-se plena em sua profissão: “Estar no universo social, encontrar, conversar, e prestigiar pessoas são ações que suavizam a jornada da vida, tornando-a mais leve e alegre”, justifica.
Além dos desafios pessoais e profissionais diários, Kena, como é conhecida por seus muitos amigos, travou e venceu recentemente uma batalha contra o câncer. Ainda que surpreendida pela enfermidade, ela nunca perdeu o seu costumeiro otimismo e hoje apenas visualiza o melhor da experiência, como a proximidade e empatia de médicos, enfermeiras, família e amigos, assim como o carinho de seu filho, Humberto Valério Tomé Neto, que há 12 anos torna a vida de Kena ainda mais iluminada.
No próximo mês, Clenar transmite esta gratidão pela vida durante o Outubro Rosa, tradicional programação da Prefeitura Municipal e Secretaria da Saúde que integra o movimento internacional de luta contra o câncer de mama. “Participar do Outubro Rosa significa levar minha experiência positiva para muitas pessoas que estão passando pelo que passei, mostrar meus cabelos compridos e garantir que há esperanças no amanhã, e que ele será muito melhor!”, garante Clenar, que revela mais sobre o segredo de seu perpétuo sorriso na íntegra desta entrevista. Confira!
Sabemos que seu sorriso é sua marca registrada e principal cartão de visitas. Qual sua receita pessoal de felicidade?
Nunca parar de sonhar. Ninguem é feliz o tempo todo. Travo uma luta diária em busca da felicidade, tomando o cuidado de observar o lado bom de tudo sempre e acreditando que hoje vai ser muito melhor que ontem. Procuro me manter longe de pessoas que reclamam o tempo todo e de tudo, daquelas que tratam pessoas ricas diferentemente das pessoas pobres. Estes exercicios ajudam a manter uma frequência positiva. E o mais importante: sorrir para a vida, pois ela acaba sorrindo pra gente também!
O que te atraiu para a comunicação social e como surgiu seu interesse por esta área de conhecimento?
Primeiro foi o curso de relações públicas; o interesse por este segmento da comunicação surgiu da vontade de ter minha visão do mundo ampliada, estar em sintonia com todo o movimento que envolve a comunicação foi o que mais me atraiu. Em segundo foi o curso de jornalismo , pois eu sempre quis ser uma testemunha ocular da história do meu tempo.
E qual das duas profissões te interessa mais?
As duas da mesma forma, cada uma com suas características próprias. As relações públicas, por estabelecer uma compreensão mútua entre empresa x público, onde nenhum vive sem o outro, portanto é importantíssimo o papel do RP. E o jornalismo, por ser o fornecedor da informação e um importante formador de opinião.
Como se deu seu início profissional na área de eventos sociais?
Nos tempos de bancária eu já organizava todos os eventos, e quando retornei a Caxias do Sul após um tempo fora entrei de vez na área montando um espaço para festas infantis.
E o que mais e menos gosta nas atividades que desenvolve neste segmento?
Gosto demais estar com pessoas e trabalhando nesta área isso me é possível. Não encontrei nada que não goste (risos!).
Quanto ao nascimento de sua empresa, a Santé Décor, como ela surgiu e quais são suas especialidades?
A Santé Décor surgiu da vontade e necessidade de fazer algo a mais, a partir de uma pesquisa com amigos que trabalham na área, decidimos por este segmento inédito em Caxias do Sul. Somos uma empresa de locação e personalização de lustres, luminárias e abajures para eventos. Trabalhamos em conjunto com os cerimonialistas e decoradores, e, a partir de suas necessidades, desenvolvemos o produto final.
Com uma agenda intensa de eventos e celebrações, você possui uma vida social destacada. O que lhe atrai a este universo e o que já viveu de mais marcante?
A minha vida sempre foi um desafio constante. Estar no universo social, encontrar, conversar, e prestigiar pessoas são ações que suavizam a jornada da vida, tornando-a mais leve e alegre. Tive muitos momentos marcantes em sociedade. Lembro muito do dia em que apresentei o Reynaldo Gianecchini em uma festa para 10 mil pessoas e quase caí do palco por conta das fãs, que puxavam minhas botas (risos!). Também recordo de todas as edições da Factory, festa itinerante que abalou Caxias do Sul nos anos 1990 e eu era a bilheteira oficial!
Também sabemos que viagens e passeios estão entre seus programas favoritos. Quais foram as viagens inesquecíveis que protagonizou? E quais lugares deseja conhecer?
Toda a vez que saio do portão de casa para um passeio ou viagem, estes já se tornam inesquecíveis. Mas a que mais me marcou foi a primeira viagem sozinha com meu filho após a minha separação, para o Rio de Janeiro. As mais divertidas foram as viagens para a Disney, e meu filho diz sempre que eu gosto mais da de lá do que ele (risos!). É o meu lado criança que volta à tona em seu potencial máximo. Eu adoraria conhecer o Taiti no futuro.
Você possui uma vivência muito próxima de seu filho e constantemente é acompanhada por ele nas mais diversas ocasiões. Como é a dinâmica da relação de vocês?
De mãe e filho, o fato de estarmos sempre juntos, foi um hábito que criamos desde que ele era pequeno. Depois que eu e o pai dele nos separmos, passei a trabalhar muito, inclusive nos fins de semana. Assim, levá-lo comigo era a maneira que eu encontrava de ficar mais tempo com ele. E o resultado é que ele adorou, e hoje me pede sempre para levá-lo… Acho que ele é tão sociável quanto eu (risos!).
Quanto ao seu expressivo grupo de amigos, dos quais você não abre mão. Qual a importância deles na sua vida?
Os amigos são muito importantes na minha vida, não vivo sem eles. Fui muito abençoada em sempre encontrar pessoas especiais no meu caminho!
E como se deu sua luta contra o câncer e como se sentiu ao superá-lo?
Foi uma surpresa muito grande, afinal nunca havia ficado doente. Foi triste, muito triste, mas encarei como mais um desafio, tirando proveito de tudo de bom que a doença trouxe. Foram muito mais momentos bons do que ruins, começando pelos médicos que me atenderam, o hospital, as enfermeiras, um amigo hospitalizado no mesmo tempo que eu, que me fez muita companhia, o carinho da minha família, o amor incondicional de meus amigos que fizeram de tudo para que a passagem fosse rápida e tranquila, diria que até mesmo divertida.
Quais foram as principais mudanças em sua vida depois da alta?
Uma mudança muito importante foi excluir do meu vocabulário a frase: “porque eu?” e substituí-la por “que bom que foi comigo”. Outra coisa importante foi a de não deixar para amanhã o que eu posso fazer hoje.
Mesmo durante os estágios de sua enfermidade, você sempre era vista iluminada e com um sorriso no rosto. Você diria que encara a vida e seus desafios de que forma?
Da forma mais natural possível. Quando nos tornamos vítimas e ficamos muito fragilizados eu descobri uma força interior que jamais imaginei ter. Busquei todas as formas possíveis de terapias que suavizassem o tratamento e suas consequências dolorosas. Não busquei respostas, apenas aceitei. Porém, a gratidão foi minha maior aliada sempre.
Quais conselhos você daria para aqueles que lutam contra doenças como a que você teve?
Nunca, jamais mudem a frequência de manterem um pensamento elevado, tentar seguir em frente com força, fé e determinação. A vontade de Deus não pode ser mudada, mas nossa forma de encarar os desafios sim, esta pode ser transformada!
Quais são os hábitos dos quais não abre mão e que mais lhe fazem bem?
Caminhadas matinais em São Virgílio com meu amigo, o filósofo Gilmar Marcílio, que além de fazer bem para o corpo, fortalece a alma e me traz muitos ensinamentos… Além das paisagens incríveis!
Quais são seus sonhos e planos para o futuro?
Ver o meu filho crescer com caráter e com saúde, tornando-se a cada dia uma pessoa melhor… Ver minha empresa progredir e se tornar referência no segmento. Viver a cada dia com mais fé e gratidão.
Quais são seus mestres e ídolos?
Meus irmãos Lirian, Cláudio e Valesca. Meu pai também, que faleceu quando eu tinha 10 anos, com apenas 45 anos de idade, e que me ensinou a sorrir para a vida. Minha amiga Adriana Armiliato, que é a mulher mais forte que já conheci! E não posso esquecer do Dr. André Reiriz e Dr. Rafael Fontana, que salvaram minha vida!
Na pele de quem gostaria de passar um dia?
De um piloto da esquadrilha da fumaça, fazendo muitas acrobacias aéreas!
O que te inspira?
A alegria nos olhos das pessoas que convivo e quando um lustre se acende!
Além da profissão, quais são seus hobbies, prazeres e paixões?
Além das caminhadas matinais, pilates, musculação e agora um grupo de corrida. Adoro terapia holística e massagens… E, se pudesse, voltaria a voar de paraglider.
Fim de semana é bom para… almoçar com amigos no domingo e ficar de pernas para o ar, jogando conversa fora! O que não tenho conseguido muito por conta do trabalho.
Como você se define?
Alegre e otimista, sou chata e detalhista, odeio preguiça e falta de vontade
Uma frase: Não me importo se não sou correspondida, o amor faz bem a quem o emite, magnetiza e afeta, transformando o mundo ao meu redor em um lugar melhor! Desconheço o autor.
Raio-X:
Filme: Os Embalos de Sábado à Noite, de John Badham
Música: À Sua Maneira, do Capital Inicial, What a Wonderful World, de Louis Armstrong e Silly Love Songs, de Paul McCartney
Cor: Amarelo
Livro: Querer sem medida, de Gilmar Marcílio
Restaurante: Umai-Yoo
Tempero: Manjericão
Lugar: aquele que eu ainda vou conhecer!
Uma qualidade: otimista e sonhadora
Um defeito: intolerante e perfeccionista
Um aroma: hortelã
Um som: do vento
Uma imagem: os olhinhos do meu filho me olhando quando o peguei no colo pela primeira vez!
Um sonho: exterminar com todas as doenças do planeta
Não vivo sem: café
Fotos | Alesi Ditadi, divulgação
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