
INSPIRAÇÕES
Fotos | Bruno Zulian, divulgação
Entre os belos poemas de Cora Coralina, há um que começa assim: “Melhor do que a criatura, fez o criador a criação”. Do talento surpreendente da designer de moda caxiense Carolina Neumann Potrich, projetam-se graça e delicadeza singulares, pelo qual criadora e criações rapidamente se confundem; são indissociáveis.
Aos 25 anos, Carolina já acumula feitos e reconhecimento notáveis. Graduada em Design de Moda pela Universidade de Caxias do Sul, instituição que a laureou com a primeira menção honrosa durante o 28º Prêmio UCS/Sultextil, a designer se posiciona entre jovens talentos caxienses que despontam como influentes criadores de moda autoral. Com propostas artesanais e minuciosas, as peças de Carolina são destacadas principalmente pela atribuição do crochê, que compõe modelos pautados na atemporalidade e desenvolvidos em técnicas diversas, porém sempre elaborados em matérias-primas nobres como o algodão egípcio e a seda em tingimentos naturais.
No atelier batizado com seu próprio nome, assim como sua grife, Carolina mantém o objetivo de personalizar sua moda a partir do contato próximo com cada pessoa para quem cria. Atualmente debruçada em uma formação focada em noivas, pela Couture Lab de Porto Alegre, ela celebra a realização do primeiro vestido criado para um casamento, que ocorre na próxima semana, dia 20. Com inspirações que partem da organicidade das flores e cores que revelam uma simplicidade inusitada, esta sagitariana de criatividade pulsante tem a resposta pronta quando é questionada sobre o que significa estar na moda: “Muito além das tendências, é compreender seu próprio corpo e saber vesti-lo com elegância, o valorizando”, revela.
Filha de Antônio Carlos Potrich e Ilma Neumann Potrich e irmã da psicóloga Lídia Neumann Potrich, de 26 anos, Carolina se considera do mundo, mas jamais reclama de um fim de semana bem vivido no conforto da casa e ao lado da família. Sua profusão de ideias nasce justamente deste universo, de aspirações singelas, porém sensíveis e emotivas. A seguir é possível saber mais sobre criadora e criatura; Carolina e sua poesia em forma de moda. Confira!

Quando descobriu que queria atuar no setor da moda?
Logo na primeira aula da faculdade.
Um look inesquecível que vestiu, onde e quando?
O meu primeiro de crochê, foi o vestido que minha mãe fez de “teste” para o meu trabalho de conclusão de curso. Foi na formatura da minha irmã, no semestre anterior ao da minha formatura.
Que tipo de moda desenvolve?
Moda autoral e atemporal.
Qual o trabalho mais empolgante e desafiador que realizou?
Sinceramente, quando se trata de sob medida, gosto de todos os trabalhos. Cada pessoa é uma e, até agora, pude criar diversas peças com a personalidade de cada cliente. Mas ainda assim, se tivesse que citar apenas um, falaria da minha primeira noiva… Foi um momento tão singular e que é depositado total confiança quando a pessoa te escolhe. A minha primeira noiva ainda não se casou, o casamento será no dia 20 deste mês, mas o vestido já está pronto e entregue. A experiência foi incrível e cheia de emoções.
Como realiza as pesquisas para suas criações?
Minha pesquisa é diária, não me detenho em algum book de pesquisa ou sites. A observação do dia-a-dia, acredito ser a melhor pesquisa.
Em que se inspira na hora de criar?
Às vezes me acho poética demais, mas as flores me encantam (digo, a natureza em geral). A cartela de cores não falha e as formas podem trazer simplicidades inusitadas.
O que é estar na moda?
Muito além de “tendências”, é compreender seu próprio corpo e saber vesti-lo com elegância, isso é, valorizando-o.

Na pele de que persona fashion gostaria de passar um dia?
Pouco me ligo com nomes, mas talvez falaria de Constanza Pascolato, pela experiência e maturidade no mundo fashion, ou talvez Ronaldo Fraga, adoro o envolvimento com o artesanato, o contato com as artesãs, e todo o trabalho que ele realiza, fruto de muita inspiração.
Quem são os nomes que simbolizam a moda atual?
Acho muito mais fácil de reconhecer aqueles que estão próximos e que “são gente com a gente”: Cami Vieira, Rafaela Tomazzoni, Gabriela Basso, Carlos Bacchi, Ana Dotto, entre outros caxienses e amigos que se aventuram pela moda usando o seu nome e personalidade naquilo que criam.
Uma personalidade que adoraria vestir?
A princesa Kate Middleton.
Quais mulheres caxienses e/ou da região que são sinônimos de elegância e estilo?
Caxias está cheia de mulheres lindas, mas cito três que são elegantes além das aparências: Beth Venzon, Vanessa Fortes e Cristiane Carvalho.
Como vê a moda no mundo globalizado?
Democratizada, as pessoas são livres para vestir-se como se sentem bem. Acho fundamental.
Qual a diferença de fazer moda em Caxias do Sul e em outros lugares do Brasil?
Desafiador, a cultura do caxiense tende a ser bem exigente, isso faz com que a “base” do que faço seja ainda melhor.
A minha paixão pela moda já me fez fazer a loucura de… fazer meu trabalho de conclusão de curso totalmente à mão, inclusive o portfólio, que digitei na máquina de escrever.
Quais são seus sonhos e aspirações profissionais?
Reconhecimento nacional – acho tão banal, mas tão verdadeiro. Não quero ser uma grande marca, mas quero poder vestir muitas brasileiras com exclusividade, poder atender uma a uma, conhecer todas as minhas clientes, personalizar o atendimento.

E como é a Carolina além do trabalho? Seus hobbies, paixões, interesses, etc.!
Uma sagitariana bem desastrada, sempre fui assim e nunca consegui mudar isso de mim. Sou totalmente família e, mesmo sendo do mundo, gosto também do meu conforto de casa. Me encanta decoração e papéis, não posso ir em uma papelaria que quero comprar todos os tipos, carimbos, adesivos e tudo o que tiver de mais “querido”.
Como você se define?
Pergunta difícil (risos!). Mas poderia dizer que sou encantada, muita coisa me “arranca” um sorriso e me faz pensar “que incrível”, mas ao mesmo tempo esse encanto me torna ingênua para muitas coisas.
Viagem ou lugar inesquecível: Canadá, a educação daquele povo é sem igual.
Acontecimento mais marcante na sua vida: talvez um dia mude, mas meu trabalho de conclusão de curso na faculdade foi o ponto de partida para o que faço agora, então ainda recordo ele com muito carinho.
Quais músicas não saem da sua playlist?
Nando Reis, Maria Gadú, MPB.
Se pudesse voltar à vida como outra pessoa, quem seria?
Meus avós, que pouco me recordo deles. Na verdade, queria trazer eles para o agora.
Uma eterna paixão: minha família.
Qual é seu maior e mais adorado tesouro?
Meu atelier.
O que te deixa infeliz?
Desconfiança.
Quais características você herdou dos seus pais?
Honestidade.
Pelo que gostaria de ser lembrada?
Pelo crochê!
Quais são seus sonhos e planos para o futuro?
Sonhos são muitos, mas entre os principais planos está o de aumentar o atelier.

Preferidos:
Filme: “A Espera de um Milagre”, de Frank Darabont
Livro: “O Futuro da Humanidade”, de Augusto Cury
Música: “Pra você guardei o amor”, de Nando Reis
Cor: Nude
Prato: Risoto ou strogonoff
Tempero: Orégano
Lugar: Meu lar
Uma qualidade: cumplicidade
Um defeito: preguiça
Um aroma: café
Um som: natureza
Uma imagem: meus pais
Um sonho: reconhecimento nacional
Não vivo sem: família
Uma frase: “Um lápis e um sonho podem te levar a qualquer lugar.”
ESTILEIRA

Larissa Letti ensina a compor um look casual com glamour: o sapato é outro ponto de luz.
Foto: Fernando Dai Prá, divulgação.

O estilo de Franciele Zanella Onzi, que se valeu das tramas de um crochê para celebrar sua graduação em Psicologia.
Foto: Paulla Segala, divulgação.

Luane Carra elegeu um modelo all black para causar na cena.
Foto: Lisi Viezzer, divulgação.
SOCIEDADE

Multicoloridos, Viviane Zorzi e André Vasata foram brincar no Carnaval do Bloco da Velha.
Foto: Gene Toscan, divulgação.

Cantora e diva, Bruna Balbinot no Carnaval que passou.
Foto: Gene Toscan, divulgação.

Eron Rodrigues com a aniversariante de quinta-feira, Juliana Troian Pulita, presenças no Carnaval Interclubes.
Foto: Juliano Vicenzi, divulgação.
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