Tá, eu sei que o sistema usado no que vou relatar aqui não é novo. Comandas com códigos de barras existem há tempo. Mas, mesmo assim, acredito que a forma como o consumo é tratado no Snowland, em Gramado, merece um post. Penso nisso pelo fato de ser parecido com a experiência dos relógios inteligentes e as outras possibilidades de, no futuro próximo, termos internet e tecnologia no nosso corpo.
Você chega na bilheteria do parque e tem duas opções de ingressos: apenas visitação ou com entrada na montanha. Escolhida a modalidade, você paga e recebe da atendente um relógio super simples, de borracha, sem display algum. O corpo dele tem apenas o nome do parque, mas ele é indispensável pra aproveitar as diversões e os lanches oferecidos lá dentro. Você o recebe já com três informações registradas: nome completo, CPF e o tipo de ingresso que comprou.
O primeiro uso é logo depois dos guichês. Para entrar no parque, é preciso encostá-lo em uma área da roleta iluminada com uma luz azul. Quando ela ficar verde, a catraca está destravada. As luzes dão um efeito hi-tech legal. Bom, dentro do parque, o relógio é necessário para tudo. Nas lojas e nos bares, você passa o relógio, mas paga na hora. Não dá pra pagar sem usar o dispositivo. Para as atrações cobradas separadamente, basta o relógio.
Eu usei primeiro para entrar, depois em uma loja e outras duas vezes. A terceira foi para entrar na Montanha de Neve. A roleta é igual à primeira, da entrada do parque, e garante que só passe por aí quem pagou o ingresso que inclui essa parte do Snowland. Perto da catraca, tem um monitor que exibe o seu nome.
Como eu falei no início, até aqui pode-se levar como uma comanda eletrônica. Mas pense que você vai colocar uma roupa especial (na montanha a temperatura é de -3 graus), esquiar (se quiser e pagar separado por isso, registrando o extra no relógio, já dentro do vestiário), descer uma rampa de neve em uma bóia e circular de um lado pra outro. Não precisar se preocupar em não perder a comanda (no caso daquelas placas comuns por aí) ou ter que achar um lugar pra colocar é o que me faz ver a praticidade de ter a tecnologia presa ao seu corpo. Eu optei por não levar meu celular para a montanha por não saber bem onde colocá-lo sob toda a roupa, mas um smart watch eu não teria tirado do pulso.
A quarta vez que usei foi para registrar o valor da foto que comprei da descida na bóia. Aqui, mais tecnologia. O fotógrafo está no fim da rampa, e as fotos levam 15 minutos para estarem à disposição para escolha em computadores na saída da montanha. Escolhida, a impressão é na hora. Na hora mesmo. Você coloca o relógio para registrar o valor e em menos de cinco segundos está com a foto na mão.
Na saída do parque, horas, setores, diversões e compras depois, você entrega o relógio e paga o que usou de atrações extras. Além da neve, gostei também da tecnologia. Teve diversão para o meu lado criança e para o meu lado adulto.