A ideologia partidária está contestando a Copa do Mundo no Brasil. Há uma legião torcendo contra o time brasileiro, aceitando até que a Argentina seja vitoriosa, o que demonstra que a coisa está exacerbada.
Há uma lógica, porém. As autoridades fizeram das tripas coração para trazer a Copa para cá com a intenção única de faturar eleitoralmente. Até agora só lhe deu preocupação e motivos para críticas fundadas, caso dos estádios atrasados e superfaturados. A esperança é que o Brasil fature a taça e o governo fature a eleição. Do outro lado do balcão a expectativa é que a seleção quebre a cara e o governo também.
É sempre assim, o futebol fica em segundo plano.
Em 1978 a Argentina vivia sob uma ditadura feroz. Com intenção de melhorar um pouquinho sua imagem interna e perante as nações sediou a Copa do Mundo. De quebra, patrocinou o maior escândalo da história das Copas, justo contra o Brasil. O time argentino precisava vencer o time peruano com diferença mínima de quatro gols, e empurrou seis. A zero. Detalhe: o goleiro peruano era argentino de nascimento. Com aquele resultado o Brasil dançou, a Argentina continuou e venceu o torneio.
E aí, como será no Brasil? O campeão vencerá no campo ou na combina? O resultado será decisivo para as eleições? Façam suas apostas. Daqui mais um pouco saberemos.