Como eu já havia adiantado aqui passei 15 dias na Provence, alugamos um ótimo apartamento em Aix, e a partir dali exploramos a região em todas as direções. As vezes o cenário da Provence lembra um pouco a Toscana, ambos são lindos, com seus ciprestes, trigais, pequenas estradas onde se fecham alamedas de plátanos.
O que existe de especial em Aix é que é a cidade onde Cézanne nasceu , e fora pequenas temporadas em Paris, onde ele fez parte do grupo Impressionista de Monet, Renoir, etc, ele passou a maior parte da vida aqui. Cezanne é um grande artista, considerado o pai da arte moderna ( se é que existe tal coisa).
Para aqueles que gostam da arte de Cézanne, Aix oferece muitas opções, aconselho que antes de tudo você faça uma visita ao Museu Granet, onde tem algumas obras do artista que retratam as paisagens da região, algumas do Monte St Victoire, um maçiço de montanhas que domina a paisagem.

Feito isso você agora já mais familiarizado com o mundo de Cézanne vai ter outro prazer quando se deparar com as paisagens pintadas em suas telas. A paisagem mudou pouco, e Aix é uma cidade que tem um centro histórico pequeno, fácil da gente dominar e aprender seus caminhos, e ao mesmo tempo é uma cidade universitária alegre, com muitos restaurantes e bares, não é daquelas cidades que as 10h da noite fica fantasma, ao contrário a noite depois do forte do calor as pessaoa ganham as ruas e, é só sentar numa calçada da Cours Mirabeau com um bom vinho rosé e a distração está garantida.

Cours Mirabeau, o cartão postal mais conhecido de Aix, comparada a Champs Elisées de Paris.

Cours Mirabeau em dia de mercado
Durante a semana tem vários tipos de mercado pela cidade, na própria Cours Mirabeau tem dias que o mercado é de antiguidades, que a gente encontra verdadeiras barganhas e coisas lindas. Outro dia a feira é de roupas, e outras feiras de frutas e legumes em outras praças da cidade.

Todos os caminhos levam a Fontaine de La Rotonde.
O escritório de turismo é muito preparado e tem várias sugestões de passeios tanto em Aix como nos arredores. Um dia pegamos um pequeno roteirinho que continha todos os passos de Cézanne, e passamos a manhã seguindo os símbolos dele no chão e o mapinha que nos deram no office de turisme.

É assim que funciona, a prefeitura colocou estes simbolos pelo chão que vão guiando a gente aos pontos mais importantes da vida do artista, como a casa onde ele nasceu, a chapelaria de propriedade de seu pai, etc.

Foi muito divertido, como se Cézanne estivesse ali nos guiando pela sua querida Aix, vendo o lugar onde nasceu, sua escola, o Liceu Mignet onde ele se tornou amigo de Émile Zola, a casa de seus amigos retratados em telas suas, se eu já adorava Cézanne antes de toda esta intimidade, imagina agora.

Última casa de Cézanne.
Esta casa que chama Jas de Bouffan foi onde Cezanne morou grande parte de sua vida. Foi adquirida pelo pai de Cézanne quando este alcançou um status nunca sonhado, pois de proprietário de uma pequena fábrica de chapéus ele se tornou um banqueiro rico que nunca se conformou com a opção do filho em ser artista.

Eu adorei esta visita, pois a guia nos leva a vários pontos que são os exatos pontos de vista que Cézanne retratou neste lugar.

À parte de Cézanne, Aix é uma cidade animada, gostosa que fica bem localizada, bom ponto para explorar a Provence em todas as direções.


Se você quer dar um tempo de refeições mais elaboradas aqui vai uma dica: foi em Aix que comi uma das melhores pizzas de que tenho lembrança, e olha que eu já provei a pizzaria do Brás em São Paulo que também é nota 10. Esta chama-se La Grange – 2, bis rue Nazareth – fica quase esquina com a Cours Mirabeau.
Outro restaurante bom que eu recomendo é o Le Patio – 16, Rue Victor Leydet, a decoração é muito legal e a comida também.

Muitas opções de bares para happy hour, dificil é escolher!
Tivemos a oportunidade de conhecer a obra do artista polones, Igor Mitoraj , pois havia várias delas espalhadas pela cidade, figuras monumentais impressionantes. Obras inspiradas na tradição clássica, executadas com excelência, a grande maioria em bronze.



Muitas das esquinas da cidade estão sob a proteção de um santo, li que a cada peste ou desgraça que se abatia sobre a cidade eles agregavam um santo novo. O conjunto arquitetônico que mescla santos barrocos com grande influência clássica (herança dos romanos aqui na Provence) é ímpar e bastante harmonioso.


Não é uma mistura interessante?


Bom gente eu teria ainda mais dezenas de fotos pra mostrar pra vocês, pois fiquei encantada com a cidade, mas este post já está longo o suficiente. Tenho ainda vários passeios que fizemos pra estar aqui contando pra vocês, como no dia em que fizemos o roteiro do Peter Mayle, onde fomos a Lacoste, Menérbes, Oppede e as vistas fantásticas do Luberon, aguardem.
Deixo vocês com a imagem da última morada de Cézanne.

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