Por Luciano Terra
Um dia desses desci ao inframundo e voltei a nascer para este mundo. Pelo menos na concepção maia.
Em viagem a Riviera Maia descobri um rio secreto (não tão secreto assim nos dias de hoje, porém é assim que o chamam por lá). Este rio secreto possui alguns quilômetros de extensão, entretanto menos de 01 quilômetro está aberto à visitação. Esses menos de 1000 metros já são suficientes para tirar o fôlego.
Após a benção de um sacerdote Maia desci as poucas escadas que ligam a superfície da terra a esse rio encravado nas entranhas do solo mexicano. A partir desse local, poucas alterações foram feitas pelo homem e, após poucos metros, entra-se na escuridão da caverna onde o rio flui como uma artéria que transporta sangue e oxigênio para todo o corpo da terra. Apenas iluminado com a luz de um capacete de mineiro, e pela lanterna da guia, mergulhei no inframundo maia. Segundo eles o mundo sagrado dos mortos, onde entra-se com respeito e lugar de conexão com as outras dimensões paralelas àquela que conhecemos na superfície.
E então, o espetáculo começa a se descortinar a sua volta: uma água totalmente transparente e levemente fria, galerias repletas de estalagmites e estalactites e apenas com a escuridão e o silêncio como testemunhas.
A caminhada de pouco mais de 700 metros intercala momentos por dentro do rio (as vezes raso, outras necessitando nadar) e pela margem deste. Galerias com muitos metros de altura e outros locais onde você tem que se abaixar para conseguir passar e seguir adiante.
O momento mágico ocorre quase no final do trajeto, onde todos são convidados a desligar as luzes e ficar por alguns momentos ouvindo somente o som da natureza. A escuridão é total, e pode até parecer assustadora, porém não é essa a sensação que se tem. Os seus sentidos estão tão conectados com a natureza que apenas consegue-se ficar ouvindo as gotas de água que caem do teto lentamente e sua alma se enche de energia. Uma sensação maravilhosa de pertencimento, de conexão com o todo e, se possível, com outra dimensão.
Ao voltar à superfície, e “renascer, traz-se consigo a força do local e seu corpo volta cheio de energia, realmente como um neném que acaba de vir ao mundo.
Uma experiência que pode não mudar a sua vida, mas que, no mínimo, o faz parar para pensar na força da natureza, do universo e na nossa insignificância perante tudo isso. Somente em sintonia com a nossa natureza poderemos viver em harmonia interior e com os demais ao nosso redor.
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