Fazia quarenta graus à sombra em Florença. Sabe quando a gente começa a ter a visão duplicada pela bruma que sobe e a cidade medieval arde em chamas amareladas! Assim estávamos , e depois de fazer a visita à Galleria Uffizi , perto da hora do almoço, andar na rua tornou-se um martírio.
Quando ouvimos no rádio que o dia seguinte seria pior a decisão foi tomada, vamos escapar deste caldeirão em busca de um lugar mais fresco e de preferência com alguma possibilidade de encontrar água, poderia ser mar , rio ou mesmo uma poça d´água. O Arno não servia porque infelizmente é muito poluído.
Como Florença é bem compacta , os aluguéis de carro são próximos do centro foi assim que pegamos um Smart na manhã seguinte, bem poucos passos do hotel e saímos “abanando as tranças ” pelas estradinhas do Chianti. Segundo informações locais a Toscana não é muito bem servida de rios e lagos , a sugestão foi seguir até Viareggio na beira do mar. Achei que não seria bem nosso foco , praia cheia e trânsito … Preferi algo mais bucólico , apresentar a verdadeira paisagem de ciprestes e girassóis para minha filha , debutante na região.
Mudei a direção e seguimos para o sul , Vale d´Orchia . Nosso destino inicial seria Bagno Vignone que eu já conhecia e sabia ser uma região de termas , água haveríamos de encontrar! Chegamos lá e para nosso desespero a piscina central da cidade é fechada para banho ,a particular entra em manutenção toda a quinta-feira, e adivinhem ….era o fatídico dia!
Bagno Vignone
O gerente do local , vendo nosso desapontamento nos indicou outra terma perto, Bagni San Filippo ao pé do Monte Amiata e foram mais 16km em busca do ouro transparente. Não posso negar que o visual compensou os quilômetros rodados, reclamar seria quase um sacrilégio.
Bagni San Filippo
Chegamos num clube público , numa cidade minúscula! Parecia algo como Gravatal , pessoas mais velhas , silenciosas tomando sol ou de “molho ” na água. Novamente 40 graus e o sol do meio dia ardendo, nossa hesitação foi-se por água abaixo, tudo que queríamos era nos jogar naquela piscina , ou seria melhor dizer banheira. Quando entrei, chegava a queimar , pense numa água quente, pois ali passava de 36.
Mas a surpresa veio quando olhamos atrás do clube , onde passa o rio de água sulfurosa e formando o Fosso Bianco, piscinas naturais onde a pedra foi coberta por sedimentos e ficou com aspecto de glacê! Um visual incrível que lembrava Pamukkale na Turquia , só que em tamanho menor e com infinitamente menos turistas.
O banho mudou de rumo rapidamente e seguimos a corrente , onde a água sulfurosa se misturava a outra fresca e límpida , num ambiente natural e ainda quase intocado!
Nosso dia foi completo com o sol se pondo nas curvas dos vinhedos do Chianti, e o Smart venceu com glórias o desafio!
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