O Vale do Loire tem muitos castelos e prédios históricos. Mas , a não ser que que você seja um aficcionado ou tenha bastante tempo para curtir a região como um local , ficando na dois dias da para ver os principais castelos e ter uma boa ideia da História. A primeira dica é tentar pegar o carro no aeroporto , logo na chegada ou saída , é sempre mais fácil e rápido do que no centro das grandes cidades.
Saindo de Paris são duas horas até a entrada do Vale do Loire, a cidade de Orleans.
A primeira visita imperdível é o Castelo de Chambord. Este é o maior da região , foi construído por Francisco I no século XVI e fazia parte das residências oficiais da corte francesa , que nesta época era itinerante, vagando de castelo em castelo. Este rei foi contemporâneo de Henrique VIII e Carlos V , considerados os primeiros monarcas da Modernidade. Apaixonado pela Itália , trouxe de lá a futura rainha Catarina de Medici, protagonista de uma conturbada história amorosa que conto logo a seguir. Na Itália o monarca buscou também o multifacetado artista Leonardo da Vinci , que acredita-se ser responsável pelo projeto da escada espiralada do castelo.
Chambord começou como um pavilhão de caça mas foi transformado em uma obra maravilhosa , ainda mais que está localizado em meio a uma grande floresta onde pode-se fazer belos passeios de bicicleta , o aluguel é feito na entrada do parque. A parte mais famora é a “floresta” de torres que fica sobre o telhado, uma beleza que de certa forma coroa a edificação, dizem que foi feita porque o rei queria ver sua obra de qualquer lugar nas redondezas.
Chambord oferece um show de Luz e Som à noite e na pequena cidade vizinha come-se muito bem no restaurante Du Parc, um lugar simples e que surpreende na elaboração dos pratos.
Daqui o destino é Blois, já nas margens do Loire , uma cidade pequena e charmosa que também conta com belas construções e um Castelo que serviu de palco para muitos acontecimentos históricos. Se o fôlego permitir , uma visita interessante é o Castelo de Cheverny, famoso pela matilha de beagles que abriga , Snoopys para os pouco conhecedores. Cheverny é totalmente mobiliado num estilo bem mais moderno .
O visual entre Blois e Amboise é o mais típico da região. Eu aconselho a pernoitar em Amboise, uma cidade muito engraçadinha com um centrinho simpático e dois castelo que merecem a visita. Adorei o Hotel Manoir Les Minimes, oferece uma bela vista do rio e pode-se seguir a pé até o Castelo de Amboise.
Para começar o segundo dia é muito interessante dar uma olhada na moradia do pintor da Vinci na cidade, Clos Lucé, reza a lenda que o Rei Francisco I tinha uma passagem secreta do seu castelo para a casa do pintor e que este teria morrido nos braços do rei , três anos após ter-se mudado para a França trazendo seu mais famoso quadro , a Monalisa.
Seguindo por estradas muito pitorescas do interior, Chenonceau é o castelo mais visitado e na minha opinião o mais bonito da região. Ele está intimamente ligado a história do rei Henrique II (filho de Franciso I)e sua amante Diane de Poitiers. O rei nunca se interessou pela esposa Catarina de Medici, sendo fiel ao amor de Diana, 20 anos mais velha, durante toda a vida. A esposa rejeitada tinha o lema , “odiar e esperar” e no dia da morte do amado marido retomou o Castelo de Chenonceau e as jóias da coroa dadas a Diane por Henrique.
Diane de Poitiers Catarina de Medici Henrique II
Chenonceau , conhecido como o Castelo das Damas, situa-se literalmente sobre o rio Indre, sendo sua galeria usada na II Guerra como passagem da França ocupada para a França de Vichy. O castelo esta totalmente mobiliado e ainda tivemos a sorte de vê-lo florido com o cuidado de combinar as cores das flores com o ambiente, um primor de capricho. Aqui pode-se ver em vários aposentos as iniciais H e D entrelaçadas, uma humilhação constante para a rainha. As cozinhas junto ao rio são muito bem equipadas e interessantes.
Num dia bonito aconselho a passear pela margem do Indre e fugir dos muitos turistas que afluem a esta atração.
Dois jardins também fazem referência a história romântica, cada um é atribuído a uma das damas. Segundo a história , quando despojada do castelo , Diane teria recebido em troca Chaumont sur Loire, uma residência nada modesta oferecida por Catarina. A surpresa é que o castelo dado em troca estaria repleto de magia negra , Daine de Poitiers nunca viveu lá.
Para completar o dia uma boa opção é visitar Villandry, mais famoso pelos jardins de flores e hortaliças, só certifiquem-se que esteja aberto e florido , pois não funciona o ano inteiro.http://www.chateauvillandry.fr/
Com uma noite e dois dias , já é possível fazer um belo pelo passeio de fim de semana pelo Vale do Loire, saindo de Paris.
Acatando críticas dos leitores, mais algumas fotos do interior do Castelo de Chenonceau!
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