O catarinense Edilton Swarovski, 69, supostamente o último exilado político a ainda morar fora do Brasil, desembarca amanhã pela manhã no aeroporto do Rio de Janeiro. Por determinação médica, deve permanecer na capital fluminense por até três dias, antes de vir para Florianópolis, onde sua mãe Inês Zandavali Swarovski, de 92 anos, o aguarda para levá-lo a Caçador, no Oeste, onde nasceu. Edilton mora no México há 43 anos. Em março de 1964, à época na Marinha do Brasil, ele participiou do episódio que ficou conhecido como a revolta dos marinheiros, liderado pelo cabo Anselmo, considerado um dos estopins do golpe militar, no dia 1º de abril.
Edilton foi preso e brutalmente torturado. Teve seus dentes e unhas arrancados. Após ser libertado, fugiu para o Uruguai e depois para o México. Mesmo depois da anistia política, em 1979, evitou voltar ao país em função do trauma. Edilton sofre do Mal de Parkinson e está bastante debilitado. Sua irmã, Elaine, a sobrina Valéria e o marido da sobrinha, Augusto Alva, embarcam hoje, de Florianópolis para o Rio, onde irão recepcionar Edilton amanhã pela manhã. Toda a logística da viagem foi negociada junto ao ministério das Relações Exteriores pelo deputado estadual Reno Caramori (PP).