A partir de amanhã, crianças de até sete anos e meio não podem mais andar de carro, caso não estejam presas em uma cadeirinha de segurança no banco de trás. Concordo, apoio e sigo a determinação ao pé da letra. Tenho duas filhas: uma de um ano e meio e a outra de sete anos. Ambas têm seus respectivos lugares, uma com a cadeirinha e a outra com o cinto devidamente adequado a sua altura. Não vejo isto como uma obrigação. É questão de segurança. Ponto.
Mas e quem não pode desembolsar os tais R$ 250 para comprar e equipamento, como é que fica? Isto para falar, digamos, só nos mais em conta. Alguns chegam custar R$ 2,5 mil. Não é o preço que incomoda. É a certeza de que, mais uma vez, alguém está ganhando, e muito, com esta história toda. Lembram da obrigatoriedade das caixinhas de primeiros-socorros nos veículos? O que se vendeu de esparadrapo, gaze e tesourinha foi uma enormidade. Será que salvaram alguma vida? Tenho minhas dúvidas.
Mas o que ainda causa mais indignação nesta história toda é o total descaso com as crianças que utilizam o transporte coletivo. Elas não andam de ônibus porque querem. Mas por não terem outra alternativa para ir à escola. Como é que elas ficam? Será que vão ganhar algum dispositivo que aumente a segurança dos que andam espremidos entre dezenas de adultos, sem ter sequer onde se segurar para não cair a cada freada do motorista? Acho pouco provável? Talvez não representem um nicho maduro, como diriam os especialistas em marketing. Traduzindo: eles não representam juros e dividendos. As cadeirinhas sim…