Ronaldinho Gaucho vestiu a camisa da Grande Rio e caiu no samba Foto: Guto Kuerten
O camisa 10 do Flamengo Ronaldinho Gaucho chegou de surpresa no ensaio da escola de samba Acadêmicos da Grande Rio na Marquês de Sapucaí. Ele vai sair na escola. Aproveitou a oportunidade e sambou com a atriz Suzana Vieira e disse ter muitos amigos na escola de Duque de Caxias. “Nunca me senti tão Grande Rio como no dia de hoje”, disse o jogador.
a atriz Ana Furtado um dos destaques da Grande Rio
A atriz Ana Furtado chegou antes do ensaio geral da escola de samba Acadêmicos da Grande Rio e fez questão de cumprimentar a fã. Elas se encontraram no churrasco da escola. “Este desfile será inesquecível tenham certeza”.
Você pode até duvidar. Dizer que não passa de lenda. Chame do que quiser. Por mais cético que seja, é impossível ficar alheio à energia do barracão improvisado em que centenas de pessoas trabalham na reconstrução do Carnaval da Acadêmicos do Grande Rio, totalmente destruído por um incêndio no último dia 7.
As bruxas de Franklin Cascaes parecem ter resolvido mexer no caldeirão para botar as vassouras na avenida. Assim como a Fênix, um desfile está renascendo das cinzas. Não para competir, porque não dá mais tempo. Não com a mesma qualidade e beleza que a comunidade de Duque de Caxias, município da região metropolitana do Rio de Janeiro, tinha construído.
Mas eles vão botar o bloco na rua. Ninguém tem um segundo a perder. Faltam pouco mais de 20 dias para a maior festa do planeta, como os cariocas, orgulhosamente, se referem ao Carnaval.
Dona Catarina Vale dos Santos, 60 anos, coordenadora das costureiras, de vez em quando ainda chora quietinha. Sem sair da frente máquina, enxuga as lágrimas e toca em frente. Por mais de 16 horas por dia. Em casa, quando chega já de madrugada, ainda consola o filho e a filha, que já foram segundo porta-bandeira e mestre-sala da Grande Rio. Deixar de pisar na avenida, nem pensar.
— Nosso samba fala de uma coisa muito bonita, a Ilha da Magia. É uma pena tudo o que aconteceu. Mas parece que ganhamos uma força que ninguém sabe explicar, mas que nos uniu como nunca — diz Dona Catarina.
Ainda está duvidando da força das bruxas? Então, mais um exemplo: somente duas peças foram resgatadas depois do incêndio: o carro com a Ponte Hercílio Luz, retirado quase em meio às chamas, e o cofre com o que restou do dinheiro em caixa. Mais de R$ 100 mil estavam lá, intactos, dentro da maçaroca de aço. Salvaram-se, na prática, o maior símbolo de Florianópolis e uns trocados para começar de novo.
— Não pode ser só coincidência — comenta o presidente da Grande Rio, Hélio de Oliveira.
O prejuízo foi em torno de R$ 20 milhões, R$ 8 milhões que já tinham sido gastos o ano inteiro, R$ 5 milhões para a reconstrução e mais R$ 7 milhões do patrimônio (maquinário, prédio) com perda total.
Nem só de forças ocultas é feito o exército que reforçou o trabalho no barracão. O artista plástico Dominoni Júnior, manezinho de Canasvieiras, abriu mão do seu trabalho para ser voluntário na confecção das fantasias e adereços.
— Vou sair na Unidos da Tijuca e Portela, mas quando soube que o samba da Grande Rio era sobre a Ilha, não tive dúvida, quero estar na avenida com ela também.
Aliás, apareceu gente de tudo quanto é canto para dar uma mãozinha para a escola. Até o ex-jogador Cabral, artilheiro do Catarinense pelo Figueirense em 1979, que voltou a morar no Rio recentemente, se ofereceu para ajudar. O único pedido para dedicar-se integralmente à reconstrução é poder vestir a camisa do Alvinegro no desfile, que prevê uma ala para o Avaí e outra para o Furacão do Estreito. No meio deles, uma ala só de juízes — para garantir. Em rivalidade de futebol, nem mesmo as bruxas metem a colher.
Podem até não acreditar, mas que las hay, las hay!
Foi na marra que o presidente de honra da Acadêmicos do Grande Rio, Jayder Soares, mostrou pela primeira vez o que restou do barracão da escola de samba Grande Rio, destruído por um incêndio no último dia 7. A área atingida na Cidade do Samba foi totalmente interditada pelo Corpo de Bombeiros porque o risco de desabamento é muito alto.
As equipes do Diário Catarinense e da RBS TV foram as primeiras do país a entrar no barracão. Jayder Soares passou pela cerca, desafiou o segurança e levou as duas equipes até o interior do barracão. Restam apenas toneladas de ferro retorcido, cinzas e ainda um forte cheiro de queimado.
Ao colocar os pés no que antes era motivo de orgulho para a comunidade de Duque de Caxias, município na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, saiu de cena o dirigente de voz grave e gestos decididos. Surgiu o homem que não esconde a tristeza de ver o trabalho de um ano inteiro perdido repentinamente.
Sonho do título acabou, mas decisão é desfilar
A perda na área de quase 8 mil metros quadrados da escola foi total. No cenário devastador uma das poucas obras que ainda se pode identificar é a estrutura dos chifres do carro alegórico do boi-de-mamão.
Do carro que vai homenagear o tri de Guga em Roland Garros, por exemplo, nada restou. Mesmo assim, o tenista será destaque da Grande Rio na Marquês de Sapucaí.
A escola corre contra o tempo e a falta de dinheiro. Ninguém esconde que o sonho de ser campeã acabou, mas seu componentes vão entrar na avenida, na noite de segunda-feira, para mostra todo o seu Carnaval.
Equipes da prefeitura da Capital realizaram na manhã de hoje a demolição de todas as casas interditadas na antiga comunidade do Papaquara, no Norte da Ilha de SC. No total, 43 construções foram demolidas. Existe a previsão de retirada de aproximadamente 1.020 toneladas de entulho. Com a limpeza, o passo seguinte será a recuperação de toda a área que ficará a cargo da FLORAN. As famílias que foram retiradas do local receberam indenizações de R$ 10 mil pelas benfeitorias e estão sendo beneficiadas pelo aluguel social, segundo a prefeitura.
Colete Balístico
Durante os trabalhos no Papaquara, funcionários da Comcap localizaram um colete balístico que teria sido escondido na região por criminosos. Segundo a Políciais Militares, os traficantes sempre incomodaram os moradores da localidade e a presença do artefato é uma prova.
Órgão Especial do Tribunal de Justiça, em sessão realizada nesta quarta-feira à tarde, concedeu medida cautelar para suspender a eficácia da Lei Complementar n. 374/2010, de Florianópolis, que estabeleceu prazo de até 365 dias para regularização de construções irregulares de utilização não residencial na Capital.
A suspensão é válida até o pronunciamento final do Tribunal de Justiça sobre o mérito da ação direta de inconstitucionalidade proposta pelo Ministério Público. A lei até então em vigor determinava um período de até um ano para que estabelecimentos comerciais, instalados em áreas de interesse ecológico ou histórico, pudessem providenciar nos órgãos competentes sua regularização para obtenção do “Habite-se”.
Segundo o desembargador Cláudio Barreto Dutra, relator da matéria, a norma cria dificuldades, por exemplo, para o exercício das funções de fiscalização do Corpo de Bombeiros e, até, da própria Prefeitura Municipal de Florianópolis – que defende a lei, considerando-se prejudicada em seu poder de polícia para autuar e até mesmo demolir construções irregulares.
“A lei parece ter boa intenção, porém fere princípios da isonomia entre os munícipes”, concluiu o magistrado. A decisão pela concessão da medida cautelar de suspensão foi adotada por unanimidade. Não há previsão para o julgamento do mérito da ação (Adin n. 2010.049590-1).
O Corpo de Bombeiros de Santa Catarina está de parabéns: batizar um dos labradores treinados para atuar em operações de busca e salvamento com o nome de Google é merecedor, no mínimo, do troféu originalidade. O cão roubou a cena durante a cerimônia de criação do Grupo de Força Tarefa que vai atuar no pronto atendimento a desastres naturais nesta quarta-feira, em Florianópolis.
A 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça confirmou, ontem, condenação imposta pela Vara da Justiça Militar da Comarca da Capital contra o ex-primeiro tenente Lídio João Ferraz de Deus, na época comandante do 3ª Pelotão da Polícia Militar, com sede em Fraiburgo, pela prática de crime contra a administração militar, na figura do peculato.
Ele apropriou-se de dinheiro público para presentear sua amante, proprietária de um prostíbulo naquela cidade. A dona da boate “Espaço Homem”, Adriana Karpinski Góes, a “Drika”, entre outros mimos, recebeu de presente de Ferraz um veículo Golf, um refrigerador, uma bicicleta ergométrica e um videogame.
O militar também patrocinou reformas no espaço físico do lupanar, além de bancar despesas com gêneros alimentícios e materiais de higiene e limpeza para o estabelecimento. O desvio de recursos públicos alcançou R$ 40 mil em 2005, época dos fatos.
Enfim, uma boa notícia para o Estado. Santa Catarina e Paraná selaram, nesta terça-feira, em Florianópolis, um acordo para sediar em conjunto o Campeonato Mundial de Handebol Feminino previsto para ocorrer entre os dias 2 e 18 de dezembro.
No encontro, realizado no auditório da Secretaria de Estado Turismo, Cultura e Esporte, ficou acertado que os dois Estados vão se mobilizar, em parceria com a Confederação Brasileira de Handebol (CBHb), para promoverem o Mundial, que, pela primeira vez, ocorrerá em um país americano.
Dirigentes de Santa Catarina e do Paraná também buscarão o apoio do governo federal para sediar o evento. No dia 25 haverá, em Curitiba, uma audiência com o ministro do Esporte, Orlando Silva, e no dia 28 já está agendada, para Brasília, uma conversa com o ministro Pedro Novais, do Turismo. O campeonato reunirá 24 seleções, que, inicialmente, serão divididas em quatro chaves, uma no Paraná e três em Santa Catarina. Na fase inicial, a Seleção Brasileira vai jogar no Estado vizinho. Depois, passará a atuar em Santa Catarina.
A expectativa é que a equipe fique, pelo menos, entre as quatro melhores da competição. Não haverá cobrança de ingresso para assistir às disputas, que serão transmitidas para mais de 100 países. O jogo de abertura será dia 2 de dezembro, provavelmente em Curitiba, entre Brasil e uma seleção ainda a ser sorteada. A final do campeonato deverá ser em Jaraguá do Sul, que hoje tem a arena com maior capacidade no Estado.
Os municípios de Blumenau, Brusque, Balneário Camboriú e Itajaí também são cotados para sediar confrontos. Entre as exigências para sediar os jogos está a necessidade de os polos terem ginásios estruturados e rede hoteleira com instalações quatro e cinco estrelas, além de estarem próximos a aeroportos.
Fuga de 79 detentos em Florianópolis e mais de três assassinatos dentro da Penitenciária de São Pedro de Alcântara em menos de 25 dias. Um jovem do Morro do Mocotó é morto na sexta-feira à noite durante um suposto confronto com a PM. Os moradores da comunidade protestam queimando pneus nesta segunda-feira à tarde. A polícia bloqueio o trânsito na região. Um gigantesco congesgionamento se forma ao longo das Avenidas Mauro Ramos e Beira-Mar Norte em função da manifestação. Se isto não for uma crise, o que ainda será necessário acontecer para que se caracterize uma crise na segurança pública em Santa Catarina?
O Visor é um mosaico de informações com foco em Santa Catarina, mas sempre atento ao que acontece no país e no mundo. Com um olhar bem humorado, o blog é a extensão digital da coluna, publicada diariamente nas páginas 2 e 3 do Diário Catarinense.
O Visor é editado pelo jornalista Rafael Martini, um sujeito movido a 90% de transpiração e 10% de inspiração.