A secretária de Justiça e Cidadania, Ada de Luca (ao centro, fazendo o sinal de legal), é deputada estadual pelo PMDB. Mesmo partido de Ronaldo Benedet, hoje deputado federal, que por quase sete anos comandou a segurança públcia e o sistema prisional no governo de Luiz Henrique da Silveira.
Ada comparou a derrubada das paredes do São Lucas ao fim do depósito de gente. Emblemática, disse que nascia , ali, um novo modelo para Santa Catarina. Ada talvez não lembre, ou na correria deve ter faltado tempo para conversar com Benedt.
Ele poderia informá-la que foram investidos quase R$ 2 milhões nos últimos anos em obras de recuperação e ampliação do depósito de gente, interditado desde 2010 em São José. Dinheiro que ontem virou poeira, entulhos e ferro retorcido com o trabaho dos tratores.
Aliás, todos foram informados que iria ocorrer uma implosão. Teria faltado tempo para licitar os explosivos? Ada vai a Brasília para acertar os detalhes da liberação dos R$ 12 milhões, que já estariam assegurados pelo governo federal para as obras do novo centro de recuperação de jovens em conflito com a lei (nomezinho complicado, este).
Logo a União, tão zeloza com a liberação de recursos mediante o detalhamento de projetos, sequer conhece a planta do novo prédio. Mas a cereja do bolo ainda está no fato de que Colombo e Ada de Luca anunciaram a contratação de uma empresa para construir o novo centro em regime emergencial. Ou seja, com a dispensa de licitação. Ada e Colombo não perderam tempo e também garantiram que o Ministério Público será o responsável pela fiscalização.
Nada mais natural, afinal é uma entre as milhares de atribuições do MP. Tenho sérias dúvidas se formalizaram o convite. Questionada pelo repórter sobre a expectativa de conclusão da nova obra, Ada, ríspida, mirou o repórter e tascou: _ Já vai querer saber o dia da inauguração? Ao completar um mês à frente da pasta, a secretária de Justiça e Cidadania escolheu um tema polêmico, a estrutura para atender os jovens infratores, e mandou ver na produção do factóide.
Resta saber, agora, o que será feito para atender recuperar estes adolescentes e dar respostas à sociedade, cansada da crescente violência. Derrubar uma parede é fácil. Construir um projeto de ressocialização é que são elas…