Repercutiu hoje nas redes sociais a decisão do governador Raimundo Colombo em exigir a retirada da Maratona Cultural da performance Kassandra, que seria apresentada no Bokarra.
Muita gente levantando a voz para dizer que é censura, coisas da elite burguesa e coisa e tal.
Imagino que boa parte dos críticos virtuais também apontaram o dedo quando a festa com direito a go-go boy em Palhoça veio a público.
Afinal, era uso do dinheiro público para financiar atos, digamos, libidinosos.
Claro, o espetáculo Kassandra já ganhou prêmio e foi, inclusive, exibido naquela casa de tolerância.
Não dá para comparar sacanagem com arte, certo? Na minha modesta opinião, errado!
O que diriam estes mesmos críticos caso surgisse a denúncia de que o governo do Estado liberou dinheiro público para uma apresentação em um puteiro, com todo o respeito à casa?
Certamente estes mesmos ativistas culturais iriam disparar uma horda de impropérios, acusando o Estado por falta de critério, má gestão ou, quem sabe, até associação à vida fácil.
Entendo que a performance Kassandra deve ter seu direito assegurado para ser exibido onde bem entender. Desde que não precise ser 100% financiada com o meu, com o seu, com o nosso rico dinheirinho.
O que está se fazendo lá na Sol é tentar colocar um pouco de ordem na suruba que sempre foi a liberação de recursos para espetáculos, shows, maratonas e afins.
Basta acessar o site e conferir uma série de regramentos com limites de valores e prazos bem definidos.
Isso é democratizar a cultura, não aquele troca-troca de favores entre meia dúzia de “ungidos”.
O Estado bancou a maratona em R$ 900 mil. A prefeitura de entrou com R$ 250 mil e a produtora outros R$ 100 mil. Não fosse o dinheiro público, simplesmente o evento não estaria de pé.
Imagina só como explicar para o prefeito de Chapecó, por exemplo, que não tem dinheiro para a Efapi, porque parte do recurso foi gasto no Bokarra.
O problema é que para alguns, não existe vida além das pontes Pedro Ivo e Colombo Salles.
Gozar com o chapéu alheio é fácil. Quero ver é produtor tirar a bunda da cadeira para colocar um espetáculo de pé sem a mãozinha amiga do Estado.
Mas para isto, é claro, o sujeito precisa trabalhar. E aí, já fica mais difícil…
PS: já aviso, antecipadamente, que esta é uma posição pessoal. Portanto, não vestirei carapuça.