O Plano de Cargos e Salários, motivo da paralisação dos servidores municipais de Florianópolis, foi elaborado no ano passado entre o sindicato e a prefeitura, em conjunto com uma empresa de RH, que nunca havia feito trabalho semelhante antes.
O plano apresenta graves distorções na sua forma e no seu conteúdo. Caso o plano apresentado seja implementado, cargos com pesos estratégicos semelhantes terão remuneração díspares.
Como exemplo, o caso dos geógrafos e dos geólogos. Pela proposta, o piso dos geógrafos será fixado em R$ 6.804,43, enquanto a remuneração inicial dos geólogos ficará em R$ 3.644,24.
Os valores estão bem acima dos salários pagos pelo mercado, que em média remunera os primeiros em R$ 2.103 e os segundos em R$ 2.563.
Ainda pela proposta apresentada pelo Sindicato elaborada no ano passado, alguns cargos terão reajuste de mais de 950% (fiscal de tributos, por exemplo) enquanto outros menos de 20% (auxiliar de almoxarife).
Ou seja, a proposta cria verdadeiras castas dentro do serviço público; ao invés de minimizar as distorções, agrava elas..
É por isso que a atual administração pede o prazo de 180 dias para elaborar um novo plano, “que possa se sustentar em bases reais”, nas palavras do prefeito.
Não se discute o mérito da reivindicação dos servidores municipais, que lutam pelo plano de cargos e salários há 25 anos. Mas um voto de confiança não faria mal a ninguém.