TCE/SC fará, mais uma vez, auditoria no Hospital Infantil Joana de Gusmão, de Florianópolis
10 de maio de 2013 0O Tribunal de Contas de Santa Catarina fará uma nova auditoria no Hospital Infantil Joana de Gusmão, de Florianópolis. Desta vez, “para apurar eventual malversação de recursos públicos e atraso do cronograma de execução das obras de reforma do hospital”, conforme indicação subscrita pela deputada estadual Angela Albino, enviada ao presidente do TCE/SC, conselheiro Salomão Ribas Junior, pelo chefe do Legislativo catarinense, deputado Joares Ponticelli.
A auditoria será realizada pela Diretoria de Controle da Administração Estadual e dessa vez a investigação passará por todas as fases — etapa do planejamento, da realização da auditoria in loco, da elaboração do relatório pela área técnica, do parecer do Ministério Público junto ao TCE/SC, da proposta de voto do relator e da deliberação do Tribunal Pleno.
Irregularidades
Técnicos da Diretoria de Atividades Especiais (DAE) — unidade do TCE/SC responsável pela auditoria — verificaram que, de janeiro a julho de 2011, 77% dos médicos não tiveram nenhum registro de frequência no relógio de ponto. Entre esses, há casos de profissionais que não registraram o ponto, mas estavam realizando cirurgias, e de médicos cujo nome não constava em nenhuma escala de trabalho.
Os auditores do Tribunal reconhecem que o sistema eletrônico utilizado apresenta problemas. Quando há queda de energia elétrica, por exemplo, todos os registros do dia são apagados. Até novembro de 2011, o problema ainda não havia sido resolvido.
Tendo em vista que o controle por meio de relógio ponto era ineficaz e para poder verificar o cumprimento da jornada, os técnicos do TCE/SC confrontaram a escala de trabalho dos médicos em atividade no mês de março de 2011 com a carga horária contratual de cada profissional e constataram que 60% das horas não estavam sendo cumpridas.
Além de receberem a totalidade do vencimento, os auditores apontaram o pagamento de horas-plantão e de sobreaviso sem a comprovação da prestação do serviço.
Gratificação Indevida
Os auditores da DAE constataram que 71% dos médicos do HIJG estavam lotados em setores diferentes daqueles nos quais atuavam.
De acordo com a listagem de lotação dos médicos, referente ao mês de maio de 2011, encaminhada pela direção do HIJG, dos 14 anestesistas, 13 estavam lotados na emergência e apenas um no centro cirúrgico. O mesmo ocorre com parte dos cirurgiões. Dos 50 que estavam atuando naquele período, 14 estavam lotados na emergência indevidamente.
Ociosidade e espera
Para situações de emergência, o centro cirúrgico está disponível todos os dias da semana, 24 horas por dia. No entanto, para atendimento de cirurgias eletivas, há horários pré-determinados, para as diferentes especialidades.
O número de pacientes em fila de espera foi fornecido pela direção do HIJG que desconhecia em alguns casos, detalhes, como nomes das crianças e datas de ingresso na lista. A listagem não incluía os que esperavam por cirurgia de oftalmologia e plástica, que eram desconhecidos da direção do Hospital.
Falta de enfermeiros
Outro problema constatado pelo TCE/SC foi a falta de enfermeiros. Considerando dados de outubro de 2011, como número de leitos ativos e critérios adotados para mensuração da necessidade de profissionais, os auditores concluíram que havia 67 técnicos de enfermagem a mais do que o necessário e uma defasagem de 62 enfermeiros.