O projeto deflagrado ainda em 2003 pelo governo do Estado de asfaltar o acesso a todos os 295 municípios está cobrando a conta do Batalhão de Polícia Militar Rodoviária (PmRv). Nestes 10 anos, a malha viária estadual simplesmente dobrou, passando de dois mil quilômetros para quatro mil quilômetros. Neste mesmo período, o efetivo baixou de 620 para 500 homens na ativa da PmRv.
Hoje, são sete companhias e 24 postos para atender todas as SCs. A escala de trabalho é de 24 horas de trabalho por 48 horas de folga para dar conta de tanta estrada que precisa ser fiscalizada. Alguns postos cobrem até 300 quilômetros de extensão de rodovia com apenas três homens no plantão. O curioso é que, apesar de toda esta defasagem de efetivo, o trabalho ainda é considerado referência.
Só este ano, o comando do batalhão já recebeu pedidos da Polícia Militar da Paraíba, do Amapá, do Rio de Janeiro, Bahia e Espírito Santo para conhecer a rotina da PmRv. Um dos aliados têm sido o uso da tecnologia. Desde a chegada dos 28 novos radares a laser (foto), no ano passado, o policial não precisa mais digitar os dados, bastando transferir as informações para o sistema, ganhando tempo nas ocorrências.
Só este ano, de janeiro a junho, foram autuados 47.974 veículos nas rodovias estaduais, com a condução de 450 pessoas à delegacia de polícia e 334 presos por embriaguez. Imagina, se a corporação tivesse o efetivo considerado ideal, ao menos o dobro dos 500 anjos da guarda das estradas catarinenses, o quanto seria possível reduzir as mortes.