Papo Rápido – Elisa Freitas, Miss Mundo Santa Catarina
Você já foi vítima de racismo?
O preconceito existe em todo o lugar. Nunca fui xingada diretamente, mas percebo o quanto o fato de ser uma mulher negra com título de miss incomoda. Esta semana fui destaque em um site nacional (UOL) com o título: “Negra é eleita pela primeira vez Miss Mundo SC”. Aí eu pergunto: se fosse loura ou ruiva, dariam esta manchete? Quando estive em São Paulo para ser apresentada, uma senhora me falou: você está mais para Miss Bahia do que para Miss Santa Catarina. As pessoas acham que não existem negros no Sul do país?
E como combater o problema?
Racismo é crime e precisa ser tratado como tal. Mas também entendo que a solução esteja na educação. Somente as pessoas mais ignorantes ainda têm este tipo de preconceito. Não pretendo levantar nenhuma bandeira, mas vou lutar pelo reconhecimento e pelo espaço da mulher negra. Em agosto, vou disputar o título de Miss Mundo Brasil, no Costão do Santinho. E tenho certeza que tenho condições de ganhar a faixa. Quero representar bem meu Estado, com orgulho da minha origem e, principalmente, da minha cor.
Este tema é muito pouco debatido.
A imprensa apenas aborda superficialmente, sem aprofundar as nuances e as diversas abordagens apropriadas a uma imprensa seriamente comprometida com
os valores culturais e sociais e, principalmente, com os princípios éticos e democráticos.
A mídia vê-se atrelada a um pacto não público com os seus patrões e, ainda, os patrocinadores -leia-se o poder econômico.
Então, uma notícia, por mais escandalosa que possa ser, é rapidamente sumarizada e conclusiva mesmo antes de uma apuração meticulosa e ampla -das opiniões adversas e/ou complementares.
Quando vemos que um antagonismo apenas se reflete em uma imagem estigmatizada já se pode interpretar que há o comprometimento da mensagem.
Pois, seria possível também – e adequado, segundo a ética da imprensa – mostrar o outro lado da mesma moeda.
Há o Doll Test, realizado no mundo inteiro, inclusive no Brasil.
E, há também, a influência das culturas de imigrantes europeus em diversas épocas distintas, inclusive no período pós-guerra. Lembrando, aos mais desinformados e/ou mais novos, que houve e ainda há um movimento INTEGRALISTA no país -embora proibido, o que só fez ocultar-se. Outro, totalmente banido, foi o nazismo, que vê-se ainda manifesto até mesmo em campos de futebol, como recentemente, na Europa Oriental. Aqui, subliminarmente, é possível identificar-se sinalização reminiscente.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Integralismo
**Plinio Salgado era profundo admirador de Floriano Peixoto.
Quando quiser pensar sobre o que você pode fazer para mudar o que existe, lembre-se de ler e estudar para apropriar-se do tema.
Ainda mais hoje em dia, que temos a Internet como uma fantástica Torre de Babel, aonde encontramos informações (cuidado! há que filtrar) em qualquer idioma, sem sequer precisar sabê-lo (SANTO GOOGLE TRADUTOR! ).
ERRATA:
O movimento integralista foi proibido por Getúlio Vargas, após descobrir o Plano Cohen.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Plano_Cohen
O movimento ainda existe…são os chamados “galinhas verdes”.
http://pt.wikipedia.org/wiki/A%C3%A7%C3%A3o_Integralista_Brasileira
Agora, é a chamada Doutrina Linear, uma adaptação dos valores dos anos 30 para o século XXI.
Estudos Integralistas (1933); Quarta Humanidade (1934); Revista Anauê (1935); Páginas de Combate (1937).