
Daniel Conzi / Agência RBS
Uma espécie de guerra de informação e contrainformação está sendo travada entre as lideranças da Ocupação Amarildo e o serviço de inteligência da Polícia Militar. No sábado, os líderes utilizaram-se de trilhas no meio da mata para tentar montar novo acampamento num terreno ao lado. Foram surpreendidos pela rápida intervenção da PM.
Ato contínuo, publicaram na página Brigadas Populares de Santa Catarina, do Facebook, que a PM estava preparada para um massacre na SC-401 e convocaram mais militantes. As lideranças do movimento só não imaginavam que o juiz agrário Rafael Sandi acompanhava toda a movimentação online, na sala de situação no comando da PM.
Formação paramilitar
O serviço de inteligência da PM identificou cerca de 150 pessoas organizadas para resistir a um eventual confronto durante a desocupação. Com técnicas de guerrilha, a estratégia seria esgueirar-se pela mata, impedindo o avanço da Tropa de Choque em formação.
A liderança política da ocupação é de Rui Fernando, mas a mobilização paramilitar está sob o comando de três homens que atendem pelos codinomes de Volverine, Guevarinha (alusão a Che Guevara) e Capoeira. Eles só respondem às ordens de Fernando.
Questão de horas
O juiz agrário Rafael Sandi está convencido de que os invasores da SC-401 descumpriram o acordo e pode autorizar a intervenção a qualquer momento. A reunião no comando geral da PM com o juiz agrário e governo foi até as 23h de sábado.