Ao atender uma ocorrência de agressão entre duas mulheres, num apartamento no Centro de Balneário Camboriú, ontem pela amanhã, o cabo Denício Rosa, do 12º BPM, não imaginava que o caso ganharia tamanha repercussão. É que no meio da briga, um bebê de quatro meses chorava sem receber a devida atenção.
Enquanto os demais colegas acalmavam os ânimos na residência, Denício pegou o nenê, trocou as fraldas e fez uma mamadeira. Quentinho, seco e alimentado, o anjinho acabou dormindo nos seus braços. Pai de um menino de dois anos, ele admite que sentiu um misto de dever com instinto paterno na hora. Com 12 anos de serviço na Polícia Militar, esta não é a primeira vez que vive momentos de herói.
Em 2011 salvou uma recém-nascida que engasgara durante a amamentação, gerando reportagem do Jornal de Santa Catarina. Mas a velocidade da repercussão surpreendeu o PM. Desde ontem já são mais de 200 pedidos de amizade no Facebook, sem contar as centenas de agradecimentos e elogios. O bebê, sob a supervisão do conselho tutelar, permaneceu com a mãe. Confira abaixo a entrevista com o Denício Rosa.
O que você sentiu quando viu o bebe naquela situação?
Já atendi outras ocorrências com crianças. Em 2011 salvei uma recém-nascida com afogamento também em Balneário Camboriú, mas fui movido por um misto de sentimento de dever com o instinto paterno. Tenho um filho de dois anos. Naquela hora era como se fosse meu filho. Tanto que na foto dá para ver que antes de dormir ele ainda me abraçou. Fiquei emocionado em poder ajudar, claro.
E esta repercussão toda?
As pessoas esquecem que dentro de uma farda também bate um coração. Vivemos tempos difíceis, em que somos muitas vezes demonizados. Nada foi planejado, claro, mas acredito que ações como esta ajudam a mostrar à sociedade que também somos pais e mães de família que dedicam muitas vezes a sua vida para ajudar e proteger, sem esperar nada em troca. Tenho orgulho da nossa PM.