
Foto: Caio Marcelo
A falta de vagas nos cemitérios públicos de Florianópolis, problema que se arrasta há anos sem que ninguém consiga resolver, é apenas a ponta do iceberg no mercado milionário do setor funerário da Capital, operado por quatro empresas. As novas denúncias de irregularidades, abordadas ontem por este Visor em primeira mão, mostram como é complexo desmontar uma estrutura que se mantém há décadas explorando os serviços justamente no momento de maior fragilidade das pessoas. Em março de 2014, a prefeitura enviou à Câmara de Vereadores um projeto de lei pedindo autorização para lançar edital de licitação para instalação do novo cemitério e crematório municipal, que seriam localizados na entrada de Sambaqui. Também tentou mexer no vespeiro e licitar a concessão do serviço funerário em todos os cemitérios da cidade. Os projetos simplesmente não avançaram no Legislativo sem maiores explicações.
Enquanto isso…
Um novo edital tratando apenas do crematório e do novo cemitério foi lançado, desta vez deixando de fora o serviço funerário, o que dispensaria a aprovação de lei pelo legislativo. Embora tendo o aval da Justiça, a proposta encontrou barreira no Tribunal de Contas do Estado. Um terceiro edital foi apresentado, mas novamente não prosperou por questionamentos técnicos do TCE. A pergunta que se impõem é: a quem interessa essa situação toda, que deixa as pessoas literalmente com a alça do túmulo na mão? À sociedade não é.
Novela
Ex-vereador Mauro Passos, lembra que em 1996, portanto há quase 10 anos, a Câmara realizou até audiência pública sobre crematório.
Volta e meia pipocam novas denúncias sobre venda de túmulos nos cemitérios públicos de Florianópolis