Ron Asheton, guitarrista da banda norte-americana The Stooges foi encontrado morto na sua casa nesta terça-feira, em Ann Arbor, nos EUA, informa o site da revista inglesa New Musical Express.
A polícia local disse ter encontrado o corpo do guitarrista, de 60 anos, no sofá da casa onde morava. Uma viatura foi mandada até lá depois que o assistente de Asheton entrou em contato com a polícia, explicando que não conseguia falar com o músico há dias, informa o G1.
Ao lado do irmão Scott Asheton (bateria), de Dave Alexander (baixo) e do vocalista Iggy Pop, Ron formou os Stooges no final da década de 60, em Ann Arbor, cidade na região metropolitana de Detroit, Michigan. Com seu som primitivo e agressivo, os Stooges foram considerados uma das maiores influências para o movimento punk surgido na década de 70.
Além dos Stooges, Asheton tocou em bandas como New Race e Destroy All Monsters. Em uma lista com os melhores guitarristas do mundo promovida pela revista Rolling Stone em 2003, Asheton figurou na 29ª posição. Em 2005 voltou com os Stooges, tocando inclusive no Brasil no mesmo ano. Em 2007, a banda lançou um novo álbum, The weiderness.
Kwes – bashful
A excelente faixa do disco Meantime, do cantor, compositor e músico Kwes, acaba de ganhar um clipe. O teor eletrônico da faixa ecoa instrumentos acústicos, deixando o som com um certo clima orgânico. Já na letra, a temática pessoal domina. Em bashful, Kwes declara sua timidez ao mundo. O clipe segue essa linha analítica, comparando o jeito de ser das pessoas com o jeito que elas poderiam ter. Ouça outras faixas do Kwes no Bleep e escute a parceria dele com The xx na faixa Insectsaqui. Ah, o cara também participou da ópera Monkey: Journey to the West, do Damon Albarn.
Dignan Porch – Picking Up Dust
A banda londrina liberou essa baladinha indie lo-fi harmônica. Está longe de ser o lance mais origal do mundo, mas é boa.
AU – OJ
O som OJ da banda AU, de Portland, é algo único. Uma quebradeira múltipla de beats, percussão e piano, cheia de groove e intensidade. O clipe também é ótimo. Intervenção cromática sobre a imagem original, deixando tudo com aspecto de aquerela. A faixa está no disco Both Lights.
School Of Seven Bells – Kiss Them For Me (Siouxsie And The Banshees Cover)
O trio de indie eletronic e dream pop School Of Seven Bells fez esse cover sujo, trippy e poderoso para Kiss Them For Me, um dos clássicos de Siouxsie & the Banshees lançado no disco Superstition, de 1991. Ficou muito bom! Veja o clipe da faixa original e o cover lançado no Record Store Day deste ano abaixo.
YACHT – Utopia/Dystopia (The Earth Is On Fire)
O clipe WTF! da semana é essa coisa bizarra do YACHT, para a faixa Utopia/Dystopia (The Earth Is On Fire). O estranho é que, no primeiro movimento, em Utopia, parece que Vampire Weekend está curtindo uma micareta-techno-brega new age com o Devo. Depois, em Dystopia, rola uma versão supergay do MGMT fazendo a linha trash 80′s. E o pior: faz sentido! Só que o electro funk cheio de synth e baixo da banda agrada mais aos ouvidos do que aos olhos.
YACHT também liberou esse inacreditável cover de Le Goudron, gravado por Brigitte Fontaine & Art Ensemble of Chicago em 1969. O que era uma chanson indiana roots dopada virou um electro house dopado perfeito pra inferninhos.
Elliphant – Tekkno Scene (featuring Adam Kanyama) Elliphant liberou o clipe de Tekkno Scene, um sound tribute ao techno safra 90 a partir de elementos de raízes diferentes, como house, tribal, hip hop, dance hall e Miami bass. Lembra mais um pancadão liderado por uma vocalista de ragga – e com o apoio brilhante do moleque Adam Kanyama, mandando ver de MC. Foi algo ousado, que me chamou mais atenção agora do que nas Tracks 37.
Faws – To Kiev
O irlandês Faws lançou a elegante faixa To Kiev no disco Forward/Slash, compilação com 15 músicos da Irlanda. Aqui, o downtempo/lounge é atualizado pela cool vibe do new r’n’b.
Niki & the Dove – Hot Summer
Beats sincopados, discretos e cheios de groove no novo som do Niki & the Dove. Genial. A faixa está na Mixtape 1. O álbum Instinct sai dia 14 de maio.
Lana Del Rey – Blue Jeans (feat. Azealia Banks) (Smims & Belle Extended Remix)
Mais um remix poderoso (entre tantos fracos) para Blue Jeans, de Lana Del Rey. Assinado por Smims & Belle, a faixa é baseada em electro techno futurista e tem vocal manero da rapper cult Azealia Banks (que você conheceu nas Tracks 29).
Emily Wells – Piece of it (Baths Remix)
O produtor Baths criou um remix truncado (no melhor dos sentidos) para Piece of it, de Emily Wells. A faixa original está no recém-lançado disco Mama.
Impressionante como Vive La Fête ao vivo ganha uma dimensão rocker intensa não percebida por mim nos discos do duo belga. Claro, há 10 anos os álbuns assinados por Danny Mommens e Els Pynoo promovem diálogos acirrados entre beats e riffs, mas os discos sempre têm uma aura dance e festiva bem maior do que podem sugerir as linhas de guitarra criadas por Danny em estúdio. Ao contrário disso, no palco, o formato rocker se sobrepõe às eletronices da dupla.
Óbvio que o som deles não pode ser enquadrado assim, de forma tão reducionista. Não se pode dizer que é apenas isso ou aquilo. Vive La Fête é rock, electro, gótico, kraut, chanson, new wave, new rave, new awesome fucking shit. As referências estão em camadas, assim como a make-up de Els. O fato é que o rock triunfa ao vivo em uma banda composta por quatro instrumentistas clones de Robert Smith (Danny + 3). E a semelhança com The Cure não para por aí. Em diversos momentos do show eu podia fechar os olhos e jurar que estava com Cure tocando na minha frente. Isso ficou ainda mais claro em faixas como Je sui la e na super-mega-extended jam orquestrada por Danny ao fim dos dois shows (nos dias 06, em festa fechada no Beco, e 07 na Sociedade Hebraica), devidamente emendadas com uma boa versão para I Wanna Be Your Dog, dos Stooges– o que, por sinal, deixou clara a pouca potência vocal de Danny. Realmente, o belga não é Iggy. Já Els é uma legítima show woman. Garantindo vocais fortes, aveludados, quentes e sensuais, a cantora divide com Danny a tarefa de conduzir a apresentação. Mesmo sem falar muito (em nenhum dos dias), foi querida com a plateia. Extremamente ágil, exibiu um gestual comparável ao de Denise Stoklos – a mestre brazuca do Teatro Essencial e da expressão corporal. O show de sexta, no lançamento do projeto Becólatra de Carteirinha, foi mais intimista, mais contido. No sábado, o lance foi mais aberto e livre. Mesmo assim, a platéia não transformou o show numa festa. A galera foi mais pra assistir do que pra se jogar. De qualquer forma, a festa no palco rolou solta. Danny é um bon vivant rocker, um enfant terrible hedonista, um guitar hero insaciável. Els é uma rock clubber mother fucker. Se o povo não faz festa para Vive La Fête, Vive La Fête faz festa por conta própria e se realiza ao vivo. Mesmo superando um problema técnico que interrompeu o show do dia 06, ficou claro: Vive é composto por 24 Hour Party People. No sábado, o show dos belgas foi aberto pelo digníssimo Dating Robots. Edu Normann e Mari Kircher são a perfeita personificação do rocker way of life no Rio Grande do Sul. Porém, se as músicas são boas e o show é coeso e sujo, pode ser ainda mais eletrônico e dançante se a banda perder um pouco a sisudez rock e forçar mais os beats. A catarse eletrônica pode ser ainda maior.
Vive La Fête rivaliza com o incediário set de Steve Aoki com o melhor espetáculo já realizado no Beco ever. Agora, para uma banda idolatrada entre fashionistas e incensada por Karl Lagerfeld e outros totens do mundinho da moda, não há explicação para o fato Els usar o mesmo figurino um dia após o outro. Uó. >>>>> Mais Vive La Fête
Já está online a versão de Cherry Bomb, da banda The Runaways, na voz da atriz Dakota Fanning para o filme sobre o grupo de Joan Jett, Lita Ford e Cherie Currie. A boa notícia é que ficou legal!
A regravação faz parte da trilha sonora da cinebiografia sobre a primeira banda rock de garotas com eco punk a ter culhões na indústria da música. The Runaways (1975-1979) era composta por adolescentes influenciadas por Chuck Berry, The Who, Rolling Stones, MC5, Suzi Quatro, David Bowie, Aerosmith, Gary Glitter, New York Dolls, Stooges, Sex Pistols, T. Rex, Velvet Underground e inspirou Kim Gordon, L7, Hole, 7 Year Bitch, Babes in Toyland e outras.
NICK GILDER – ROXY ROLLER SUZI QUATRO – THE WILD ONE MC5 – IT’S A MAN’S MAN’S MAN’S WORLD DAVID BOWIE- REBEL REBEL DAKOTA FANNING- CHERRY BOMB THE RUNAWAYS – HOLLYWOOD DAKOTA FANNING – CALIFORNIA PARADISE THE RUNAWAYS – YOU DRIVE ME WILD DAKOTA FANNING & KRISTEN STEWART – QUEENS OF NOISE KRISTEN STEWART & DAKOTA FANNING – DEAD END JUSTICE THE STOOGES – I WANNA BE YOUR DOG THE RUNAWAYS – I WANNA BE WHERE THE BOYS ARE (LIVE) SEX PISTOLS – PRETTY VACANT JOAN JETT- DON’T ABUSE ME
No filme, Kristen Stewart interpreta Joan Jett, Dakota vive Cherie Currie e Scout Taylor-Compton é Lita Ford. The Runaways chegará aos cinemas norte-americanos no dia 19 de março. Veja o trailer:
O rock está sendo revisado em uma reedição das graphic novels Rock`n`Roll Comics, série que surgiu nos anos 90 e que volta agora ao mercado. A parceria entre a Bluewater Productions, especializada HQ’s biográficas, e a Revolutionary Comics, editoria original das histórias, rendeu o lançamento de 10 volumes, incluindo especiais de Elvis Presley, Beatles, Led Zeppelin e Pink Floyd.
Ao todo, as empresas indicam uma coleção com mais de 70 biografias, publicadas bimestralmente. Não há previsão de lançamento no Brasil. Veja a lista:
Volume 1: Hard Rock Heroes – Guns N’ Roses, Metallica, AC/DC, Black Sabbath/Ozzy Osbourne, Mötley Crüe, Poison, Van Halen, Black Crowes, Motörhead, Pantera, Megadeth, Sammy Hagar, Anthrax, Joan Jett/Lita Ford, Skid Row.
Volume 2: The Beatles
Volume 3: The Spirit of the 60’s – Doors, Grateful Dead, Bob Dylan, Jimi Hendrix, Spirit, Janis Joplin, 60s San Francisco Scene (Bill Graham, Jefferson Airplane, etc), British Invasion (Herman’s Hermits, the Animals, Yardbirds, Zombies, Small Faces, etc).
Volume 4: Led Zeppelin Experience
Volume 5: A Rock Pantheon – Eric Clapton, Rolling Stones, Elton John, Bruce Springsteen, Aerosmith, Alice Cooper, ZZ Top, The Jackson 5, Rod Stewart, Def Leppard.
Volume 6: Pink Floyd Experience
Volume 7: The Art of Rock – The Who, Queen, Rush, Genesis, David Bowie, Frank Zappa, Kate Bush, ELO, The Cure.
Volume 8: The King: Elvis Presley
Volume 9: SMASH! A Punk/Alternative Retrospective – Sex Pistols, R.E.M., Jane’s Addiction, Nirvana, Red Hot Chili Peppers, Soundgarden, Alice in Chains, Pearl Jam, Dead Kennedys, Ramones, The Runaways, Iggy Pop/Stooges, MC5, New York Dolls, U2.
Volume 10: Hip-Hop and Funk Heroes – Public Enemy, 2 Live Crew, NWA, Ice Cube, Ice-T, George Clinton and Parliament Funkadelic, MC Hammer, Janet Jackson
Foto: Reprodução, Rock`n`Roll Comics
A Bluewater Productions tem lançado graphic novels legais (como a de Michael Jackson e uma sobre Clash of the Titans – quem nunca viu o clássico de 1981? E quem já viu o incrível trailer do remake que sairá em 2010? Confira aqui - tem uma versão estendida muito mais legal, mas não achei agora….), curiosas (Black History Leaders) e bizarras (Ellen DeGeneres, Sarah Palin).
E por falar em Led Zeppelin, a BBC transmitirá um especial sobre a banda neste 25 de dezembro. Jimmy Page falará sobre as primeiras sessões do Led na rádio britânica. Veja aqui o que vai rolar. Abaixo, segue um áudio do produtor Jeff Griffin falando sobre como foi trabalhar com o Led na gravação de BBC Concert em 1971.
Você deve ter lido por aí nesta semana sobre o vinil com os 74 melhores gritos da história da música.
O artista de Nova York Leroy Stevens lançou 500 cópias de Favorite Recorded Scream a US$ 15 em Manhattan e na internet.
No lado A, todos os gritos estão encadeados em apenas 3 minutos e 32 segundos. No B, estão separados por dez segundos de silêncio, em um total de 15min e 52seg.
O disco tem Beatles, Björk, Black Flag, Buddy Holly, Danzig, De La Soul, Elvis Costello, Gal Costa, Hüsker Dü, James Brown, Kiss, Led Zeppelin, Linkin Park, Michael Jackson, Pink Floyd, Pixies, Plasmatics, Rahsaan Roland Kirk, Rolling Stones, Screamin` Jay Hawkins, Sepultura, Slayer, Small Faces, Stooges, The Plastic Ono Band, The Who e outros. Muitos estão na lista mais de uma vez, como Who, Stooges e Led Zeppelin.
A compilação lembra Zero, o single do Smashing Pumpkins que veio com mais de 22 minutos de trechos de músicas inacabadas coladas entre si. Faz parte da histeria criativa de Billy Corgan… aliás, ele poderia estar no disco.
Ok, ok, vamos ao que interessa: dos citados no post (e que estão no álbum de Leroy Stevens ), quem tem a garganta mais potente? No caso de bandas, pense no vocalista, claro..
O ícone punk disse que poderá voltar a tocar com guitarrista James Williamson para shows que terão como repertório o álbum Raw Power, lançado pelos Stooges em 1973. Iggy disse ao jornal The Australian que encontrou Williamson em Los Angeles, depois de 30 anos separados, para tratar sobre o assunto.
Em janeiro deste ano, o guitarrista original da banda, Ron Asheton, foi encontrado morto em sua casa vítima de ataque cardíaco. Depois disso, Iggy disse que Asheton havia escrito pelo menos seis novas músicas, que poderiam ser utilizadas em um “projeto futuro”. Em Raw Power, Asheton tocou baixo enquanto Williamson assumiu as guitarras.
Ainda não foi divulgado quem ocupará o lugar de Asheton nos shows em que os Stooges tocarão Raw Power. Desde 2003, quando a banda voltou para um show no Coachella, Mike Watt, do Minutemen, vem tocando baixo.
Ontem, Iggy Pop lançou o disco Préliminaires, álbum feito com influências do jazz e inspirado no livro A Possibilidade de uma Ilha, de Michel Houellebecq. O disco tem a faixa Les Feuilles Mortes (“Autumn Leaves”), cantada em francês, e How Insensitive, sua versão para Insensantez, de Tom Jobim.
Em entrevista à France Press, o ícone punk enalteceu a obra do escritor.
– A literatura é como a cocaína, e a música é como a heroína: a primeira aguça o espírito, a segunda te idiotiza – disse, afirmando também que “o livro de Houellebecq ilustra coisas que eu tinha em mente em relação ao sexo, à morte e ao sexo oposto”.
Dia 18 de maio é a data prevista para o lançamento do novo trabalho do roqueiro americano Iggy Pop. No álbum, intitulado Préliminaires, ele fará uma homenagem à França, influenciado pelo livro de Michel Houellebecq, A Possibilidade de uma Ilha.
Segundo o Ig Música, Iggy incluirá no CD uma versão da canção “Feuilles mortes” (Folhas mortas), popularizada por Yves Montand. A capa ficou por conta da franco-iraniana Marjane Satrapi, autora da HQ e do filme de animação Persépolis.
- Fiz especialmente para a França e para as pessoas que falam francês – explicou o roqueiro de 61 anos em um vídeo disponível no site www.iggypoppreliminaires.com.
Mas pra quem espera ver um Iggy Pop francófono, a decepção é grande: Segundo ele, a versão de “Feuilles mortes” será a única em francês de todo o álbum.
O parceiro Diego de Godoy (dgdgd) mandou mais uma dica legal. A MOJO pediu para o ex-Smiths Johnny Marr citar algumas de suas maiores influências musicais. Mais que isso, pediu pro guitarrista assinar a capinha de um CD pra galera imprimir e montar a compilação em casa. Bem legal.
Veja a lista abaixo e confira a opinião de Marr sobre os músicos citados aqui. A íntegra do texto está na revista com capa do Nick Cave.
1. Del Shannon Keep Searchin’ (We’ll Follow The Sun) (Stateside B-side, 1964)
2. The Rolling Stones Get Off Of My Cloud (Decca single, 1965)
3. T.Rex Metal Guru (T-Rex Wax Co. single, 1972)
4. The Isley Brothers Behind A Painted Smile (Tamla Motown B-side, 1969)
5. Iggy And The Stooges Gimme Danger (Raw Power LP track, CBS 1973)
6. The Crystals There’s No Other Like My Baby (Philles single, 1961)
7. Blondie Hanging On The Telephone (Chrysalis single, 1978)
8. Bob And Marcia Young Gifted And Black (Harry J single, 1970)
9. The Equals Black Skin Blue Eyed Boys (President single, 1970)
10. The Cribs Hey Scenesters (Wichita single, 2005)
Aos que já têm o ingresso na mão e gostam de surpresas, recomenda-se não ler os próximos parágrafos. Aos que ainda estão em dúvida se vale o preço, que interpretem as linhas a seguir como um apelo. A probabilidade de que Michael Stipe e sua trupe façam um dos shows da tua vida é grande.
Quando anunciado o lançamento de Accelerate, acompanhado de tudo o que se pode subentender com este título, muitos pensaram (ok, eu pensei): “pronto, crise de meia-idade. Depois de velhos querem pegar nas guitarras e acelerar de novo”. Foi preciso pouco mais de trinta minutos distribuídos em 11 faixas para calar a boca de muitos (ok, calar a minha). O que se verá em breve pelos pampas é uma síntese quase que ideal do R.E.M.: nem tão lado B como era na década de 80, mas nem tão meloso como nos últimos registros.
The Great Beyond
A tour européia para a promoção de Accelerate já foi encerrada e, em uma apresentação recente em Madri, Michael lamentou/confessou que era hora de retornar aos “f*%&€#* USA”, para delírio da espanholada. Felizmente (inclusive para o Mr. Stipe), foi uma breve passagem pela América do Norte, e nesse instante o R.E.M. e o seu extenso aparato já devem estar a caminho de Buenos Aires.
Amplos telões retangulares, meio que sobrepostos, farão a alegria dos mais afastados do palco. Mas, caso repita-se o acontecido em Madri, incômodas e gigantescas câmeras e seus operadores (afinal, as imagens projetadas nos telões precisam ser captadas de alguma forma) assombrarão a vida dos que preferem o gargarejo.
Assim como em 99% dos shows realizados até então, o da capital espanhola foi aberto com a primeira porrada de Accelerate, Living well is the best revenge. Difícil definir a atuação de Michael Stipe sobre o palco, que parece ter descoberto a fonte da juventude aos quase 50 anos. Não parece um homem, tão pouco lembra uma mulher. Parece mais um… Animal.
Animal
Mesmo com a fama de baderneiros, a primeira metade do concerto não foi suficiente para sacudir os espanhóis. Notava-se a ânsia por hits. O R.E.M. obviamente os tinha, mas os ansiosos tiveram de aguardar pela segunda hora do espetáculo.
A primeira hora foi repleta de novidades e composições que nunca tiveram lugar nas FMs. Das canções da nova safra, uma das que melhor funcionam ao vivo – com a qualidade reconhecida por um modesto Mike Stipe -, é a Man-sized wreath, onde mais uma vez a atenção volta-se para a política e os políticos dos EUA. Por mais que o tema pareça batido, poucos fazem com tanta originalidade e elegância quanto a banda de Athens.
Losing my Religion, o single que catapultou o nome da banda para o mainstream nos anos 90, não poderia ficar de fora do set list, e foi executada no primeiro bis, logo depois de Supernatural Superious. Quem anseia um momento de ternura no Zequinha Stadium com a bela Everybody Hurts, aconselha-se tirar o cavalinho da chuva. A talvez segunda música de maior sucesso do R.E.M. não foi tocada em nenhum dos shows da tour Accelerate.
Imitation of Life
Mike fez questão de salientar que convida apenas bandas de qualidade para aquecer o público (Nenhum de Nós?), e foi com ares de orgulho que os bacanas da We are scientists foram convidados a retornar ao palco para as últimas três músicas da noite. Seguindo o padrão, o show deveria ser encerrado com Man on the Moon, mas ainda houve espaço para um cover inédito e inesperado de I wanna be your Dog, dos Stooges. Depois desse final apoteótico, até os consumidores de hits voltaram satisfeitos para casa.
O último parágrafo deste texto, que estava reservado para reforçar o apelo de lotar o Zequinha Stadium – ninguém quer que se repita o caso Nine Inch Nails, certo? -, vai ser substituído por um singelo protesto: de quem foi a infeliz idéia de criar uma área VIP em frente ao palco?
Experiências anteriores não foram suficientes para aprender que essa estratégia não funciona, e acaba por brochar banda e público? Os melhores lugares – leia-se o espaço em frente ao palco – deveria pertencer aos que se dispõem a chegar mais cedo que a maioria, não aos que podem pagar quase um salário mínimo pelo ingresso. Aliás, difícil compreender essa proliferação de espaços VIPs pela cidade para qualquer coisa nos últimos tempos. Medo de, quando voltar, precisar de pulseirinha para entrar em Porto Alegre…
Music non stop! A qualquer momento, notícias sobre música, entrevistas, reportagens, resenhas de shows, lançamentos de álbuns, dicas de downloads, novos clipes, cena local, mercado mundial e mundos paralelos.