Texto por Fernanda Scur
Fotos: Fábio Codevilla
Aconteceu ontem o primeiro de quatro shows que Chico Buarque irá fazer na capital, que integram a turnê Chico, título de seu novo disco lançado em julho passado. Em um Teatro do Sesi lotado (os dois primeiros shows tiveram seus ingressos esgotados em apenas dois dias), os músicos que já acompanham Chico desde seus últimos dois espetáculos – As Cidades de 1999 e Carioca de 2006 – assumiram tranquilamente seus instrumentos com um pequeno atraso de 10 minutos.
Chico ainda não havia entrado quando avisos gerais sobre o show são anunciados e uma falha no sistema de som corta o locutor justamente quando falava sobre as regras de gravação do espetáculo. A risada foi geral, já anunciando o tom relax do espetáculo por vir. Assim que as luzes se apagam, Chico entra e é ovacionado com o entusiamo que se espera de um público ansioso depois de um hiato de 5 anos desde seu último espetáculo.
Entre gritos de “lindo”, “maravilhoso” e “eu te amo”, Chico passeia entre as músicas de seu novo álbum intercalando-as com antigos sucessos que espelham todas as fases de sua carreira de 45 anos. Ao engatar Teresinha depois O meu Amor, da Ópera do Malandro (77/78), Chico arrancou os maiores suspiros da platéia e até algumas lágrimas de emoção, para então animar com Ana de Amsterdam (72/73). Na música Valsa Brasileira, Chico inicia errado e com a maior naturalidade larga “Ih gente, errei tudo aqui”. A platéia acha uma graça e ri.
Geni e o Zepelin (77/78) foi um dos pontos altos do espetáculo, com a platéia fazendo coro e em seguida, depois de apresentar os músicos, faz um dueto lindo com Wilson das Neves, a quem chama de seu “personal batera”, cantando Sou eu (2009), parceria com Ivan Lins, e Tereza da praia, de Tom Jobin e Billy Blanco (1954).
Ao final do show, Chico se despede de uma platéia que o aplaude de pé. Volta para o bis, para um público que aplaude sem parar – de pé ainda – e se despede uma segunda vez. Mas não tem jeito, os fãs não arredam o pé e Chico volta para um último bis cantando Na carreira. Simplesmente memorável.
Chico se apresenta em Porto Alegre até quinta-feira, no Teatro do SESI, às 21h. Da capital segue para Novo Hamburgo, onde se apresenta sexta-feira no Teatro Feevale (ainda há ingressos; veja aqui).
Set list do show:
- Velho Francisco (Chico Buarque) – 1987
– De Volta ao Samba (Chico Buarque) – 1993
– Desalento (Vinicius de Moraes / Chico Buarque) – 1970
– Injuriado (Chico Buarque) – 1998
– Querido Diário (Chico Buarque) – 2011
– Rubato (Jorge Helder / Chico Buarque) – 2011
– Choro Bandido (Edu Lobo / Chico Buarque) – 1985
– Essa Pequena (Chico Buarque) – 2011
– Tipo um Baião (Chico Buarque) – 2011
– Se Eu Soubesse (Chico Buarque) – 2011
– Sem Você 2 (Chico Buarque) – 2011
– Bastidores (Chico Buarque) – 1980
– Todo o Sentimento (Cristóvão Bastos / Chico Buarque) – 1987
– O meu Amor/Teresinha (Chico Buarque) – 1977-1978 / 1977-1978
– Ana de Amsterdan (Ruy Guerra / Chico Buarque) – 1972-1973
– Anos Dourados (Tom Jobim / Chico Buarque) – 1986
– Sob Medida (Chico Buarque) – 1979
– Nina (Chico Buarque) – 2011
– Valsa Brasileira (Edu Lobo / Chico Buarque) – 1987-1988
– Geni e o Zepelin (Chico Buarque) – 1977-1978
– Barafunda (Chico Buarque) – 2011
- Sou Eu (Ivan Lins / Chico Buarque) – 2009
– Tereza da Praia (Tom Jobim / Billy Blanco) – 1954
– A Violeira (Tom Jobim / Chico Buarque) – 1983
– Baioque (Chico Buarque) – 1972
Citação: My Mammy (Walter Donaldson / Joe Young e Sam M. Lewis) – 1918
– Cálice (Gilberto Gil / Chico Buarque) – 1973
– Sinhá (João Bosco / Chico Buarque) – 2011
Bis:
- A Felicidade
– Futuros Amantes
– Na Carreira