Durante quase duas semanas a imprensa gaúcha repetiu a informação que vazava do Beira-Rio e não era desmentida: o presidente Vitorio Piffero não queria Tite porque, no seu entendimento, o treinador era gremista.
Piffero nunca fez esta declaração mas, tampouco, a desmentiu. Calou e permitiu que a fofoca circulasse livremente. Mas, aonde estaria a prova do gremismo de Tite?
Uma única “prova” foi apresentada: Tite assistiu a um jogo do Grêmio, em São Paulo, ao lado do seu filho que vestia uma camiseta do Grêmio. Que o treinador fosse ao estádio ver jogar o seu ex-time nada significa. E que o garoto, seu filho, fosse gremista, menos ainda.
Luiz Felipe Scolari treinava o Grêmio e, na sua casa, a dona Olga, sua esposa, vestia a camiseta do Inter. E daí? O Paulo Sant´Ana nunca escondeu que tem uma filha colorada. E daí? Conheço casos de figuras ilustres da Dupla que convivem na sua família com torcedores do rival. E daí?
De tanto ser repetida a causa da restrição de Piffero, a fofoca adquiriu ares de verdade. E, outro efeito sucedâneo: de tanto circular o nome de Tite nos meios de comunicação, ele acabou sendo o “treinador da imprensa”.
Ora, imprensa não tem e nem deve ter treinador. Que besteira. Considerar um treinador bom ou mau profissional não expressa preferência. Tite, somente ele, acabou sendo vitimado pela carimbada que não provocou. Para mostrar a sua isenção, até uma foto foi publicada em que Tite, ainda jovem, aparece alinhado a uma equipe vestindo a camisa do Internacional.
Então ele seria colorado? O diabo é que está multiplicado o número de colorados que jura, por ouvir dizer, que Tite é gremista. É dose.
O novo treinador do Inter é, apenas, um profissional que deseja trabalhar e vencer para ganhar prestígio e dinheiro. O resultado fica na conta da enlouquecida rivalidade gaúcha.
SERÁ QUE TITE CONSEGUIRÁ APAGAR OS EFEITOS DA FOFOCA?
Ah, a imprensa apenas repetiu o que saia do Beira-Rio. E imprensa existe para noticiar os fatos. Não coloquem a carreta na frente dos bois.
Postado por Wianey
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