Dunga assumiu o comando da Seleção Brasileira no pior momento de um time: aquele que exige renovação, substituição de jogadores consagrados, mas envelhecidos, por outros jovens, mas ainda promissores apenas. De certa forma, é o caso de Tite no Internacional.
Mas Dunga tinha uma dificuldade para superar: vencer a resistência da opinião pública, notadamente do centro do país, que se antes lhe negara reconhecimento como jogador da Seleção, agora o acumulava de suspeitas por nunca ter treinado uma equipe antes de ser contratado pela CBF. Para se manter no cargo, precisava vencer, objetivo que julgou mais realizável utilizando alguns jogadores veteranos para cujas posições o Brasil não produzira profissionais incontestáveis ou perto disso. Foi um erro e foi um acerto. Ganhou a Copa América, jogos amistosos e fez a sua poupança. Esta foi a parte do acerto. A outra, hoje cobrada, está no fato de que não completou o trabalho de renovação.
Três jogadores — no mínimo — hoje titulares, devem ser substituídos: Gilberto, Gilberto Silva e Mineiro. Quem para a lateral-esquerda? Não se enxerga um bom candidato no horizonte. Para as posições de volantes, Hernanes e Lucas podem ser as melhores opções. Nenhum deles, porém, é craque, jogador inquestionável.
Foi navegando em águas sob a permanente ameaça de tormentas que Dunga está completando dois anos à frente da Seleção Brasileira. Precisa renovar o time mas não conta com jogadores do mesmo nível técnico daqueles que estão saindo. Se for substituído, o treinador que vier não fará muito mais do que Dunga fez até agora. O verdadeiro problema da nossa Seleção não se resolve trocando seis por meia dúzia.
Postado por Wianey
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