Wianey Carlet

Já era para o Olímpico ter recebido lotação máxima no domingo passado. Porém, o clima conspirou implacavelmente e, mesmo assim, um grande público compareceu.

Neste domingo, entretanto, não tem perdão. A vitória sobre o Coritiba, no Paraná, e a liderança isolada do campeonato enlouqueceu os gremistas. Desta vez, ainda que chova cimitarras e arcabuzes, o Olímpico vai lotar.

O adversário faz uma campanha respeitabilíssima. Vagner Mancini está mantendo o seu Vitória no G-4 com apenas três pontos a menos que o Grêmio. O jogo deste domingo, portanto, é disputa direta.

Se vencer, o Grêmio se distancia seis pontos deste concorrente. Mas, se perder, terá a companhia do time baiano — não será na liderança, provavelmente. Por todas estas insuperáveis razões, o Olímpico lotará.

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Neste e-mail, a preocupação oportuna de um gremista:

“Tomo a liberdade de sugerir, antecipadamente, o debate sobre a seguinte situação a respeito do time do Grêmio:

O Tricolor, além de estar atravessando uma excelente fase, está em vias de estrear na Copa Sul-Americana. Logo, haverá o acúmulo de jogos e o inevitável desgaste de participar de duas competições de porte. Considerando-se que a prioridade seja o Campeonato Brasileiro, sugiro o seguinte:

Como o Celso Roth acertou em cheio com o seu esquema de três zagueiros;
como há reforços novos de qualidade que devem ser devidamente avaliados;
como há reservas pedindo passagem para o time principal, como Mattioni;
como há problemas de lesões, desgaste físico etc;

que se dispute toda a Sul-Americana com o seguinte time:

Goleiro: Marcelo Grohe
Laterais/alas: Felipe Mattioni e Helder
Zagueiros: Jean e Wagner e/ou Everton (zagueiros oriundos dos juniores, que estão na final da Taça BH)
Volantes: Amaral e Orteman (Rudinei)
Meias: Souza e Makelele (Maylson/Adilson)
Atacantes: Reinaldo e André (Soares)

Enfim, essa é a sugestão que, acho, deveria ser analisada e estrategicamente discutida, pois além de demonstrar a ótima qualidade do plantel tricolor, colocaria em atividade praticamente todo o grupo de atletas.

Walter Diehl“

Caro Walter, o Grêmio ainda não anunciou os seus planos para enfrentar, paralelamente, o Brasileirão e a Sul-Americana. Mas já se ouviu breves considerações vindas do Olímpico, e todas indicam que a tua proposta será a estratégia do Grêmio.

A escalação é outro assunto, mas duvido que o Grêmio queira colocar em risco a possibilidade de ser campeão brasileiro para privilegiar uma competição menor.

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Excetuando-se a brilhante participação na Libertadores de 2006 — quando o Internacional chegou ao título com a naturalidade de uma equipe superior — as campanhas de 2005 e mesmo a do consagrador ano de 2006 foram marcadas por perdas de jogos quase inexplicáveis.

Quantas vezes, nestas temporadas, o time colorado vacilou e decepcionou a sua torcida em momentos decisivos, quando uma vitória o colocaria no topo da tabela? Quantas vezes os colorados foram obrigados a engolir indigestas derrotas para equipes que estavam quase despencando na tabela de classificação?

Estes momentos de “apagões” aconteceram e continuam acontecendo. Perder para Ipatinga e Santos foram dois deles. Mesmo que a equipe tivesse sofrido perdas consideráveis, as duas derrotas não encontram justificativas lógicas.

Os dois adversários eram fraquíssimos e, mesmo assim, o Inter conseguiu a proeza de reabilitá-los.

É possível que nestas ocasiões decisivas, que se repetem há mais de três anos, tenha faltado concentração, a mesma mobilização que o time teve quando decidiu a Libertadores com o São Paulo, o título mundial contra o Barcelona ou, até mesmo, no Torneio de Dubai, quando foi campeão derrotando a Inter italiana.

O Inter está saindo para dois jogos consecutivos, longe do Beira-Rio. O primeiro contra o encrencado Fluminense, neste sábado, e o segundo diante do Cruzeiro, um pesadelo de adversário, no Mineirão.

Se o Inter quiser terminar o primeiro turno próximo do G-4, não poderá trazer menos do que quatro pontos dos seis que disputará. Terá que mostrar a capacidade de superação que ainda não apareceu, neste campeonato.

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D´Alessandro, Daniel Carvalho e Guiñazu seguirão caminhos em tempos diferentes. 

GUIÑAZU deixará o Beira-Rio, provavelmente após o jogo deste sábado. A última oferta dos árabes era apenas 800 mil euros abaixo do que pretendia o Inter. Muito pouco para que o negócio não se concretizasse.

Guiñazu, 30 anos, será liberado para garantir a independência financeira que ainda não alcançara na sua carreira. E o Inter receberá uma pequena fortuna, suficiente para fechar as contas deste ano.

Rosinei, já contratado, será o substituto de El Cholo. Acreditem, se o ex-corinthiano não perdeu por aí as virtudes técnicas que mostrou possuir antes de se transferir para o Exterior, é possível que o time colorado não sofra a saída de Guiñazu.

D`ALESSANDRO está em plena forma física. Poderia jogar amanhã, se pudesse. Mas, não pode. Como o Inter pagará parceladamente o valor da sua aquisição, serão necessárias garantias bancárias, cujo processo burocrático demanda um certo tempo, talvez uns 10 dias.

Os dirigentes colorados acreditam que D`Alessandro poderá estrear no primeiro Gre-Nal pela Copa Sul-Americana.

DANIEL CARVALHO está magro, ou melhor, no seu peso ideal. Mas, consumirá algum tempo até estar readaptado ao regime de dois jogos semanais. Na Rússia, joga-se uma vez por semana.

Significa que Daniel poderá estrear, agüentar um jogo inteiro e, na segunda partida, encontrar dificuldade para ficar em campo o jogo inteiro. Um problema que se resolve jogando algumas partidas.

O Inter tem soluções para as suas perdas. Só não pode protelar a urgência de vencer já. O tempo não tem dono.

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Ninguém, tampouco este blogueiro, se atreveria a negar as aptidões técnicas de Roger. Com a bola no pé, verdadeiras maravilhas foram produzidas por este jogador, enquanto esteve no Grêmio. Mas, apenas com a bola no pé.

Por mais que se empenhasse, Roger nunca conseguiu brilhar pela indispensável luta em busca da recuperação da bola. Ela precisava chegar até ele.

Tcheco é diferente. Não é tão talentoso com a bola sob o seu domínio mas compensa sendo um jogador de participação intensa, invejável espírito cooperativo a tudo isto acrescentando uma virtude incomparável: ninguém, neste campeonato, tem melhor manejo de bola nas cobranças de faltas e escanteios. Tcheco exerce uma liderança natural, pelo exemplo, junto ao time.

Não tenho a mínima dúvida de que o Grêmio saiu favorecido com a troca de Roger por Tcheco.

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Do Paraná, chega o alerta:

“NÃO QUERO SER PORTADOR DE MAUS AGOUROS, MAS…..

APENAS 5 PONTOS SEPARAM O 10° COLOCADO DA ZONA DA DEGOLA…..

UMA DERROTA PARA O FLUMINENSE COMBINADA COM VITÓRIA DA TURMA DE BAIXO, PODERÁ GERAR PÂNICO… Blamir B. Machado — Maringá- PR”.

A advertência do torcenauta é procedente. Até o jogo contra o Santos, o Inter brigava para se aproximar do G-4. Com a derrota, a luta será contra uma aproximação da Zona da Morte.

Não existem alternativas: dos seis pontos que o Inter disputará longe do Beira-Rio, contra o Fluminense e o Cruzeiro, pelo menos quatro terão que ser conquistados, se o Inter quiser manter acesa a esperança de, ainda neste turno, chegar perto do G-4. Se a rotina de derrotas longe do Beira-Rio for mantida, o time de Tite ingressará na segunda fase da competição sob violentas pressões.

Neste caso, uma formidável carga de responsabilidades desabará sobre os reforços que começarão a estrear nas próximas semanas e talvez não haja tempo para a reabilitação.

Se quiser celebrar o seu centenário disputando a Libertadores, o Inter terá que fazer um grande esforço de superação nos próximos jogos. Nada que este time já não tenha feito. Mas, será indispensável que haja uma mobilização extraordinária. E muita humildade. Já está na hora de saberem, no Beira-Rio, que glorias passadas não fazem e nem evitam gols.

A TORCIDA COLORADA ACREDITA EM REAÇÃO?

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A moça da foto, os torcenautas deste blog já conhecem: é a Gabrieli Chanas, minha parceira no programa Supersabado, rádio Gaúcha, 8h30m às 11hs, todos os sábados.

O “rapazinho” que está refestelado no colo da Gabi é o Pickles, que costuma ganir meigamente quando escuta a voz da sua dona no rádio. Neste sábado, o carinhoso cãozinho estará atento ao programa que vai tratar, entre outros quadros e atrações, de MANIAS E ESQUISITICES que as pessoas, muitas, têm.

O repórter Fernando Zanuzzo descobriu uma senhora que adora comer tijolo. É isto mesmo, tijolo. Desde criança, ela saliva e estala os lábios quando tem diante de si um imponente tijolo. O Supersabado vai ouvi-la.

Lembro ter conhecido na minha juventude uma turma de jovens que, quando quebrava uma taça de bebida, costumava comer os pedacinhos resultados do acidente. Um por um, até o último. Comer vidro, argh!

O Supersabado vai registrar as esquisitices e manias que serão informadas pelos ouvintes através do telefone 3218-6666, pelo e-mail supersabado@rdgaucha.com.br ou pela comunidade do programa, no Orkut.

Além do tema, o programa trará, como sempre, muitas informações jornalísticas, dicas para o fim de semana, humor, entrevistas, etc. Com a descontração apropriada para uma manhã de sábado. Faça como o Pickles: ouça o Supersábado.

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Um amigo, perplexo diante do desempenho do Grêmio no Brasileirão, arrisca uma piada:

— O que é que deu errado?, pergunta.

É isto mesmo. Tem muita gente se beliscando e querendo saber o que é que deu errado. Na verdade, o que não deu certo foram as previsões catastróficas de que o Grêmio, sob o comando de Celso Roth, afundaria e remeteria a família tricolor para a desgraça da Segundona. A liderança isolada no campeonato travou o discurso dos pregadores do Apocalipse. Cessaram as projeções sinistras, mas não estão sendo substituídas por explicações satisfatórias por uma única razão: é difícil aceitar o sucesso inesperado tanto quanto digerir o fracasso imprevisto.

As causas do êxito gremista são muitas, mas elas começam pelas contratações feitas no primeiro semestre. Pareciam modestas quando, na verdade, falta-lhes apenas polimento. O brilho que ainda antes não se manifestava já começa a ser percebido.

Porém, o primeiro grande passo foi, inquestionavelmente, a manutenção do treinador em meio a uma tempestade horrenda de protestos e rejeição. Este blogueiro, várias vezes, entendeu que a dispensa de Celso Roth seria inevitável, não pelas suas aptidões profissionais, que são muitas, mas pela certeza de que cada mau resultado acabaria em uma nova crise. O Grêmio não dispensou Roth, enfrentou a ira da torcida e as previsões desconfortáveis da imprensa, a minha entre elas, e tocou o barco.

Está vencendo a convicção de Krieger e Odone, o bom trabalho de Roth e a qualidade, hoje inquestionável, do grupo de jogadores. Sem esquecer, por justo, da preparação física. Ninguém está correndo mais do que o Grêmio, o tempo inteiro.

Estas são algumas explicações para “o que deu errado no Grêmio”.

Postado por Wianey