Que me desculpem as forças políticas do Grêmio, mas as eleições de setembro que, entre outros cargos, vão preencher o de presidente do clube, estão marcadas por uma frieza incompreensível.
É verdade que ótimas campanhas costumam desestimular discursos de oposição. Tem sido assim, nos últimos anos, no Inter. Mas, mesmo assim, a indefinição de candidatos não é recomendável.
Um grande clube precisa de vida política ativa. Só assim a instituição cresce por efeito dos confrontos de idéias. A estagnação política gera acomodação e conspira contra a evolução do clube.
No caso do Grêmio, o presidente Paulo Odone parece interessado em não deflagrar o processo sucessório. Faz parte da tradição que o mais alto mandatário dê o pontapé inicial do jogo eleitoral.
Enquanto Odone não se manifesta, vige o silêncio. O Grêmio se democratizou quando estendeu para os seus sócios o direito de votar e escolher os seus principais dirigentes. Mas, de que adianta este direito se os eleitores estão privados de conhecer os projetos de quem pretende se apresentar como candidato?
Não digam que a disputa eleitoral poderia prejudicar o desempenho do time, no campeonato. Esta é uma bobagem vencida. Está faltando, sim, gosto político pelo processo. Ou, existem intenções ocultas desconhecidas do mundo exterior.
Afinal de contas, quando aparecerão as chapas, os nomes dos candidatos, as propostas? Eleição sem discussão não é democracia. Eleitor desinformado é sempre presa fácil de interesses que não coincidem com os seus. Aos sócios do Grêmio foi concedido o direito de votar, isto é bom. Mas em quem?
Postado por Wianey
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