Faltam investimentos! Falta apoio! Faltam políticas! Falta isso e falta aquilo. A cada Olimpíada, reiteram-se as lamúrias brasileiras diante das poucas medalhas conquistadas nos jogos. Não está sendo diferente agora, na China. E com uma agravante: com a maior delegação da história brasileira em jogos olímpicos, é possível que tenhamos que amargar um desempenho inferior ao obtido na sua última edição, que já não foi essas coisas.
Antes de questionarmos a origem das nossas carências esportivas, precisamos responder uma pergunta básica:
O esporte é importante, segundo conceito brasileiro, para o desenvolvimento da cidadania e do próprio país?

Não precisamos investigar para saber que o esporte é essencial para a saúde física e mental do homem. A resposta já conhecemos, embora este conhecimento em pouco ou nada tenha contribuído, até hoje, para que fossem alteradas as políticas esportivas escolares e públicas.
O problema é que só enxergamos a importância do esporte na hora das grandes competições. Nestas ocasiões, somos colocados diante da nossa miserável realidade, apenas quebrada, eventualmente, pelo surgimento de um talento extraordinário, nos esportes em que os seus praticantes dispõe de recursos financeiros próprios ou por efeito de esforços pessoais sobre-humanos.
Se a reprodução humana se desse de acordo com as soluções reinventadas a cada olimpíada, o homem nasceria já com idade adulta. É a Síndrome da barriga vazia: mata-se a fome mas se mantém vivas as razões da sua existência.
Acho que com a criação de algumas “bolsas” resolveríamos o nosso problema. Poderíamos começar com a “bolsa gestante”, na qual seriam alinhadas alimentação e assistência médica para todas as mães carentes do Brasil, garantindo que de cada barriga nasceria um ser humano saudável e vigoroso. Depois, viria a “bolsa comida”, para que os novos brasileiros não enfrentassem a desnutrição desde o início das suas vidas. Em seguida, seria indispensável a criação da “bolsa educação”, através da qual nenhum brasileirinho ficaria fora das salas de aula.

Por fim, a bolsa que, passadas algumas gerações, umas oito ou 10, transformaria o Brasil em potência olímpica: a “bolsa esporte”. Esta seria mais complexa e cara. O seus produtos básicos: valorização do professor de educação física, figura essencial no processo de aprendizado e desenvolvimento de um atleta; espaços e equipamentos esportivos em todas as escolas pública do país; praças públicas equipadas e com orientação especializada para estimular a prática e gosto por modalidades esportivas cabíveis ao local; políticas de estimulo às escolas privadas para que também oferecessem os meios disponíveis nas escolas públicas e, finalmente, organização de competições escolares permanentes e outras, abertas para a sociedade civil.

Qualquer negócio exige investimentos iniciais para, no seu devido tempo, render lucros. Assim seria com a criação destas “bolsas”. Em duas ou três décadas, o Estado Brasileiro veria reduzidas, dramaticamente, as suas despesas com saúde, combate ao consumo de drogas e marginalidade, segurança, etc. Sem contar com os benefícios reais que seria gerados por uma inteligência nacional evoluída.
Sabem quando tudo isto acontecerá? Adivinhões!
Postado por Wianey
Comentários