Que me perdoem os dirigentes e treinadores do futebol brasileiro, mas priorizar competições em detrimento de outras não pode ser política permanente de futebol. O que deveria ser feito seria, simplesmente, a administração de circunstâncias.
Escalar reservas na competição menos importante quando uma desgastante viagem se avizinha, é providência recomendável. Porém, poupar titulares quando inexiste esta circunstância é preciosismo descartável.
O Fluminense disputou uma dezena de jogos do Brasileirão com a sua equipe reserva, enquanto dedicava total atenção aos jogos pela Libertadores. Resultado: não venceu a competição sul-americana e está na iminência de ser rebaixado no Brasileirão.
O Palmeiras desprezou a Copa Sul-Americana em favor do Brasileirão. Caiu fora da competição internacional e corre o risco de sequer conseguir vaga para a próxima Libertadores.
O Inter poupou seus titulares no jogo contra o Ipatinga. Entre eles, D`Alessandro, que assistiu ao jogo nos camarotes do Beira-Rio. Dois dias depois, no embarque para o México, o argentino sucumbiu a uma indisposição estomacal e não pôde viajar.
É recomendável poupar titulares quando o desgaste físico é inevitável. Porém, utilizar reservas para preservar titulares de eventuais lesões é exagero que o acaso se encarrega de anular, caso de D`Alessandro.
Reclama-se que a Conmebol esteja desgostosa com os clubes que escalaram reservas na Sul-Americana e que queira, agora, retaliar oferecendo ao seu campeão vaga para a próxima Libertadores. Se soubessem, antes, teriam escalado titulares? Neste caso, faleceriam as alegadas justificativas de preservação dos jogadores?
Clube que não tem interesse em disputar determinada competição deveria ter a dignidade de pedir o seu afastamento, previamente. Depois que entra, mandam os bons princípios esportivos que jogue, dedicadamente.
Fora disso, é pouca honestidade, propaganda enganosa. Fica com o dinheiro da competição e sonega à competição o seu melhor produto. Vende uma coisa e entrega outra. Correto seria que, no mínimo, anunciassem antes da competição iniciar que pretenderiam disputá-la com suas equipes reservas. Assim, ninguém seria enganado.
Além disso, o calendário está bem organizado. Quando existem jogos pela Libertadores e pela Sul-Americana, não são realizadas rodadas pelo Brasileirão. Os clubes nunca são obrigados a disputar mais do que dois jogos por semana e apenas nos períodos de disputas simultâneas. Convenhamos, uma cota razoável de jogos.
Esvaziar competições que, crescendo, poderiam significar crescente fonte de receitas, é pouco inteligente. Matar a Sul-Americana seria prejudicial aos clubes, seja pelos ganhos institucionais que representa ou pelos lucros futuros que eles próprios poderiam desfrutar.
Postado por Wianey
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