Há poucos dias, durante a eleição executiva do Grêmio, soube-se que a torcida (des)organizada Geral do Grêmio mobilizara-se para apoiar um dos candidatos à presidência do clube. Mais tarde, descobriu-se que esta torcida, parte dela, tinha se dividido, fato que acabou direcionando votos para as duas chapas concorrentes.
Sabe-se, também, que a Geral recebe subsídios do Grêmio e que desfruta de uma sala no Olímpico, fato negado e mais tarde confirmado pelo presidente Paulo Odone. No Beira-Rio, tudo indica, o uso político da torcida (des)organizada Popular do Inter também está acontecendo.
Durante o jogo contra o Chivas, uma faixa que pedia votos para um dos candidatos à presidência do clube, passeava entre os torcedores. Não importa qual era a chapa, mas ficou evidente que a torcida está sendo utilizada como curral eleitoral de um dos concorrentes.
É fato notório que parcela expressiva dos integrantes destas torcidas (des)organizadas são associados dos clubes. E que estão sendo instrumentos políticos nas eleições. Seja porque recebem subsídios oficiais ou de outras fontes, o fato é que esta realidade está contaminando o processo que democratizou o voto na Dupla.
É muito mais fácil “comprar” votos de um grupo que pode ser contatado em local e horário conhecidos do que cabalar e, até, “comprar” votos de eleitores desconhecidos. Em um pleito equilibrado, os votos destas torcidas (des)organizadas podem decidir uma eleição. Está certo?
Na política convencional, a “compra” de votos torna inelegível um candidato. Os clubes, entretanto, não possuem este dispositivo legal nos seus estatutos. Até porque a democratização do voto é fato recente. Mas, deveriam ter, em nome da transparência e honestidade dos processos eleitorais.
Postado por Wianey
Comentários