O título gaúcho, mais uma vez, é do Internacional e foi conquistado no Beira-Rio com nova goleada aplicada sobre um time caxiense. Em 2008, foi a vez de o Juventude cair por oito a zero. Hoje não foi um jogo de futebol. O Inter apresentou-se como um moedor de carne. Deu para ver que, quando o jogo é decisivo, o ânimo da equipe se modifica e aí aparece o jogo envolvente e avassalador que deixa o adversário tonto e perdido, irrevogavelmente.
Mesmo que o Caxias seja uma equipe imensamente inferior ao Inter, a dominação implacável e a robusta goleada só foi possível por efeito da qualidade do time de Tite. Ninguém pode duvidar que, nos limites do Rio Grande do Sul, quem manda é o Inter. E com sobra de autoridade.
Não haveria tarefa mais complicada do que identificar um jogador do Inter que não tivesse jogado bem. Kléber e Bolívar jogaram como devem jogar dois laterais modernos. Os zagueiros foram seguros, embora pouco exigidos. O meio-campo foi exemplar. Guiñazu, que até gol marcou, foi incansável, desarmando e levando o time para o ataque com passes corretos. D`Alessandro foi um espetáculo em dribles, passes e lançamentos. Magrão esbanjou classe como um meia-armador que marca e chega no ataque para finalizar com maestria. Marcou dois gols. O segundo foi um golaço. E toda esta qualidade do meio-campo sustentada pelo futebol clássico e eficiente de Sandro. O ataque, bem, o ataque, formado por Taison e Nilmar, só é o melhor do país e, talvez, um dos melhores do mundo. Um time assim só podia levantar o título gaúcho. Invicto.
GUIÑAZU — Saiu Fernandão, um capitão cerebral, moral e técnico. Guiñazú assumiu o posto: um líder com sotaque que se impõe pelo exemplo de dedicação e camaradagem querida pelo elenco.
FIDALGUIA — Antes do jogo, Fábio Koff garantiu que lhe daria mais prazer entregar a taça que leva o seu nome para o Grêmio, mas respeitava e reconhecia a grandeza do Inter e o seu extraordinário momento, dentro e fora do campo. Desejou que em 2010 as taças Fernando Carvalho e Fábio Koff sejam levadas pelo Grêmio. Foi saudado pelo presidente colorado, Vitório Piffero, e recebeu a consideração devida a um dos maiores dirigentes da história do futebol brasileiro. Sobrou fidalguia nas relações entre Koff e os colorados, nas horas em que permaneceu no Beira-Rio. Exemplo para ser seguido.
DESEJO FRUSTRADO — Enquanto esperava pelo início do jogo, Francisco Noveletto, presidente da FGF, declarou na Rádio Gaúcha que esperava por uma vitória do Caxias para que o Gauchão não terminasse ontem. Sua expectativa morreu com 15 minutos de jogo.
CONTRADIÇÃO — No ano em que os clubes receberam da televisão valores que nunca antes tinham recebido, a qualidade das equipes do Interior parece que caiu na mesma proporção. Paradoxal.
LÓGICA — Se o time reserva do Grêmio levou 4 a 0 do Caxias, qual teria sido a sua sorte se tivesse sido designado para o Gre-Nal? A direção do Grêmio acertou, portanto, poupando a sua história de um vexame histórico. Questão lógica, apenas.
FUTURO — Será que em 2010 o Grêmio irá até a final do Gauchão?
Postado por Wianey
Comentários