É incrível. Passadas apenas quatro rodadas do Campeonato Brasileiro foram suficientes para, no entendimento de Ruy, lateral-direito do Grêmio, o time atingir o seu limite físico. Se for verdade, será de altos riscos o restante da sua temporada.
Mas Ruy pode estar certo, embora seja improvável. Faz tempo que circula impressão negativa sobre a preparação física do Grêmio. Trata-se de uma avaliação meramente visual. Confesso que não tenho convicção sobre a procedência da observação, embora nela possa estar escondida a verdade.
Inquestionável é o fato de que uma equipe não pode ter atingido o seu limite físico na metade exata do ano, tendo acontecido apenas quatro rodadas do principal campeonato do país.
Falcão, que já esteve no campo de jogo, suspeita que o desgaste do Grêmio exista e seja efeito do estilo de futebol praticado no Olímpico, muito menos jogado e muito mais corrido. É uma possibilidade.
Mesmo assim, é inaceitável que esteja cansado um time que quase não disputou o Gauchão pois gerenciou a Libertadores com seus espaçados jogos. O Grêmio, definitivamente, não poderia estar esgotado, como preconiza Ruy.
Paulo Autuori, na sua primeira entrevista coletiva, pregou a necessidade de o time aprender a conviver com a dor, sofrimento e cansaço. Acho que se referia à política “dondoca” que, desde o início da temporada, foi aplicada no Olímpico. Viagens causavam choradeira. Altitude era motivo para mais lágrimas. Dois em uma semana, então, justificavam prantos desesperados. Autuori, certamente, estava informado desta romaria de queixumes e saiu na frente, anunciando que o comportamento precisaria mudar.
Ninguém perguntou, mas se perguntarem aos jogadores do Grêmio, aposto que muitos reprovariam a política do treinador, que impõe time titular na Libertadores e no Brasileirão. Aliás, Ruy pode ter sido a primeira manifestação, ainda dissimulada, de insatisfação.
O Grêmio NÃO PODE estar no seu limite físico se recém começou o Brasileirão e a temporada está na sua metade. O diagnóstico de Ruy não deve ser correto. É possível, entretanto, que o elenco esteja sentindo falta do pacote de dengos de antes. Resumindo: acho que transformaram os jogadores do Grêmio em pessoas frágeis, incapazes de superar dores, cansaços e sofrimentos, como quer Paulo Autuori. O excesso de mimos e dengos, produzidos por Celso Roth e companhia, fizeram mal ao Grêmio.
O torcedor pode escolher entre três aventadas causas:
• O time está, realmente, no seu limite físico;
• O Grêmio está cansado porque mais faz correrias do que joga;
• A “moleza” de antes deixou os jogadores mal acostumados.
Ou, se alguém preferir, o problema do Grêmio é, simplesmente, a falta de qualidade. Pessoalmente, reluto em adotar esta explicação.
Postado por Wianey
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