Nem precisaria levar em conta a avaliação do treinador. Bastaria ter observado com atenção e performance do Grêmio, no Maracanã, para se perceber as enormes vantagens do 4-4-2 e o imenso equívoco que vinha sendo a aplicação do 3-5-2. Mas, consideremos a palavra de Autuori, após o empate contra o Fluminense. Disse o treinador:
— O time mostrou maturidade técnica. Passou a impressão de que já jogava dessa forma havia muito tempo. Só precisamos ser mais agudos, ofensivamente.
Seria surpreendente se os jogadores estranhassem o esquema tático. O 4-4-2 é um esquema de jogo de fácil assimilação e o que melhor atende aos principais valores de um time: ocupação de espaços, marcação, articulação e armação ofensiva.
Este jeito de jogar faz com que um time preencha o campo inteiro. Flexível, pode ser alterado com o jogo em andamento, sem maiores dificuldades. Normalmente, o quarteto de meio-campo é formado por dois volantes e dois articuladores. A substituição de um volante por um meio-campista mais de frente pode dar a mesma ofensividade que daria a entrada de mais um atacante. A troca de um articulador por mais um volante também pode ser feita para preservar resultado, por exemplo. Sem falar nas duas linhas de quatro, tão em moda na Europa e praticada por algumas equipes brasileiras, eventualmente. Enfim, é um esquema versátil e praticado pelos jogadores brasileiros, desde a infância.
O 3-5-2 foi inventado e já abandonado pelos europeus. Normalmente, este esquema esvazia o meio-campo. Para combater os espaços vazios, os treinadores obrigam alas a fechar pelo meio, determinam recuos de atacantes, enfim, violentam características para compensar os buracos que este esquema fajuto cria.
O 4-4-2 de Autuori não garante o sucesso. Aliás, se os atacantes continuarem desperdiçando chances de gols, não haverá esquema tático capaz de compensar.
Postado por Wianey Carlet
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