
Faz tempo, muito tempo, que os gremistas não conseguem festejar a conquista de um título importante. Mesmo assim, a possibilidade de disputar a Copa Sul-Americana não sensibiliza o universo tricolor. Luiz Onofre Meira, diretor de futebol do Grêmio, garante que o time não tem interesse nesta competição por considerá-la, apenas, “um prêmio de consolação”. Meira repete o que todo o mundo já sabe: a Libertadores da América, sim, é uma competição superior.
É importante que um grande clube persiga grandes conquistas, mas não parece ser boa política desdenhar competições menores, que também têm significado financeiro e servem para afirmar a marca das instituições. A Sul-Americana é, verdadeiramente, menor do que a Libertadores, mas não é menor do que a Série B brasileira, cuja conquista o Grêmio festejou, inclusive com um DVD.
O problema da Copa Sul-Americana está na sua inserção no calendário brasileiro. Como é disputada durante o Brasileirão, os clubes acabam priorizando a competição nacional, esvaziando o certame continental. Mas, embora pague bem menos do que a Libertadores, a Sul-Americana deixa algum dinheiro nos cofres dos clubes participantes e a televisão, nos seus momentos decisivos, levam as imagens dos competidores para dezenas de países.
Um grande clube deve perseguir sim grandes títulos. Mas, melhor do que jejuar por longos períodos sem colocar uma faixa de campeão, é erguer taças de competições de menor brilho. O torcedor de futebol precisa, vez em quando, celebrar alguma conquista. Até para não enferrujar as cordas vocais. Eu entenderia se o Grêmio não colocasse a Copa Sul-Americana entre os seus objetivos mas, desprezá-la por antecipação, podendo ter que disputá-la, pode não ser uma boa ideia. Ainda não se provou que estádio vazio faz bem ao futebol, mas enfim, os dirigentes gremistas têm a prerrogativa absoluta de definir o que é melhor para o seu clube.
Postado por Wianey
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