Wianey Carlet

O Grêmio fez a sua parte. Preparou-se com a máxima seriedade para enfrentar o Fluminense, atravessou a semana vacinando-se contra a soberba e entrou em campo disposto a não se deixar surpreender. A torcida gremista compareceu em grande número, certa de que teria como máxima tarefa contar os gols que o seu time marcaria. Foi o que aconteceu.

A vitória do Grêmio consagrou um dos jogos mais óbvios dos últimos tempos. Jonas é o grande artilheiro gremista da temporada. Souza teve o melhor desempenho. Agora, será a vez de enfrentar o Goiás, no Serra Dourada. Jogo por jogo, epopéia por epopéia, é o que aguarda o Grêmio até o fim do campeonato.

Nelson Rodrigues, em algum lugar, deve estar festejando não ser obrigado a testemunhar a desgraça que se abateu sobre o seu time. O Fluminense é a mais dolorosa sinfonia do fracasso. Como puderam ser tão competentes na destruição de um clube com a bonita história do Flu?

Há 164 anos, os Farrapos se rendiam, encobertos por andrajos que, porém, não comprometiam a dignidade daquela brava e honrada gente gaúcha. O time do Fluminense é um exército derrotado e humilhado. Não lhe restou nem a queda honrosa. Que tristeza.

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As derrotas para o Cruzeiro e o Vitória não são a pior notícia deste Inter dos últimos tempos. Muito mais preocupante do que os dois maus resultados é a campanha do time no returno. Terminado o jogo na Bahia, o Inter estava colocado na 15ª posição, no segundo turno. Este desempenho colocaria o Inter perigosamente próximo da zona de rebaixamento. A boa posição que ainda desfruta na tabela deve-se a estupenda participação na fase inicial. Neste período, o Inter acumulou poupança que está gastando rapidamente. A queda de rendimento é, portanto, inquestionável. E a causa está diagnosticada: ineficiência defensiva. O Inter já jogou com três volantes, está jogando com dois e o time segue sofrendo gols em número preocupante. O que está errado?

Ibsen Pinheiro, um exímio observador de futebol, constata que tem visto o Inter com até três volantes mas, em campo, não enxerga um único volante. Pura verdade. A zaga colorada joga desprotegida porque entre os chamados volantes, nenhum se satisfaz em cumprir tarefas defensivas. Todos se consideram craques e avançam como raposa no galinheiro. Acrescente-se que dos jogadores que atuam do meio para frente, ninguém se dispõe ao sacrifício de marcar e desponta o desenho de um time faceiro e pretensioso.

Tite, como a maioria dos treinadores, não resiste à tentação de escalar os considerados melhores jogadores. Já passou a hora de o treinador substituir um “craque” por um operário. Tem “artistas” demais na equipe colorada. Tite poderia começar — ainda que provocasse um escândalo – escolhendo um titular entre Andrezinho e D´Alessandro e escalando um “estivador”, Glaydson, no lugar do “artista” preterido.

Tem um defeito crônico no DNA do Inter: o desamor por jogadores-operários. Nem 100 anos de vida foram suficientes para ensinar que um time precisa de “craques” mas também são imprescindíveis os operários.

Breves considerações: Sandro é o jogador cujas características recomendam que seja o substituto de Magrão, na função de segundo volante ou armador. A nova derrota do Inter não passa nem longe de Danilo Silva. Não foi pela lateral-direita que o Inter perdeu. Pedem a cabeça de Taison quando Alecsandro jogou menos do que o garoto.

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