
Conhecem aquele provérbio antigo “Faz a fama e deita na cama?” É o caso do nosso ilustríssimo Presidente da República. Jura que eu gostava muito mais de Lula quando, antes de se tornar o mais alto governante do país, percorria cada canto deste país, testemunhando misérias, precariedades e construindo idéias para redimir o povo brasileiro menos favorecido. Aquele Lula me encantava. Mas, como tudo o que é bom acaba, foi-se o encanto e o discurso sensível e alentador cedeu espaço para a fanfarronice e um permanente culto à personalidade. Querem uma prova? Dou-a.
No seu programa de rádio desta semana, Lula abordou a disputa de várias cidades para sediar os Jogos Olímpicos de 2016. O Rio de Janeiro é a candidata brasileira. Lula está arrebatado pela ideia, fato que não afetaria o meu humor se não soubesse que, a exemplo do que acontecerá com a organização de Copa de 2014, o Brasil vai investir uma montanha de dinheiro no erguimento de estruturas e financiamento de logísticas, fortuna que seria muito melhor aplicada em outras áreas essenciais para o fortalecimento da cidadania brasileira.
Lula disse, defendendo o Rio de Janeiro como cidade sede da Olimpíada 2016: “O Brasil faz parte dos 10 países mais ricos do mundo e foi o único que ainda não realizou os Jogos Olímpicos”. E daí? Há muitas coisas que o Brasil ainda não fez. Ainda não resolveu os problemas da saúde pública, não resgatou a dignidade dos aposentados, não acabou com o analfabetismo, ainda existem focos em que a mortalidade infantil atinge índices insuportáveis, enfim, há um elenco gigantesco de necessidades não atendidas e que reivindicam investimentos que Lula prefere encaminhar para a Copa/14 e a Olimpíada/16.
O Brasil está entre os 10 países mais ricos do mundo? Só se for na área bancária, onde “nunca antes neste país” desfrutou-se de tão altos lucros. Definitivamente, o Lula atual nada tem a ver com aquele brasileiro que peregrinou pelas grotas para descobrir a verdade social brasileira.
O Lula de hoje esqueceu como é o Brasil. Pensa que atirando migalhas aos famélicos do país, na forma de bolsas, tudo resolveu. É o populismo cego que não vê a fome, a doença e a indigência moral e intelectual se contrapondo aos fantasiosos números que colocam o Brasil entre os 10 países mais ricos do mundo. E lá se vão fortunas para copas e olimpíadas enquanto brasileiros agonizam e morrem nos casebres, ruas, becos e portas de hospitais, por falta de assistência.
Postado por Wianey
Comentários