Quando Walter trancou-se em seu apartamento e durante 10 dias não compareceu aos treinamentos, teve o seu comportamento criticado pela imprensa, treinador, dirigentes e, até, companheiros seus. No entanto, quem garante que Walter, se não se insubordinasse contra o baixo salário e o desprezo do treinador – quase não foi inscrito na Libertadores –, estaria jogando e fazendo gols? Entre todas as críticas que recebeu, a que saiu de companheiros seus foi a mais lamentável. Sabe-se, hoje, que a reprovação escudava inequívoco corporativismo interno. Hoje, pode-se dizer que Walter tinha razão.
O chute potente de Walter não pode ser surpresa para ninguém. Ele já aparecera como arma mortífera disputando a Copa São Paulo de Juniores e vestindo a camiseta da CBF na Seleção Sub-20. A bola sai dos seus pés como um míssil. Compreende-se que Jorge Fossati não o conhecesse. Inadmissível é que ninguém, no Beira-Rio, tenha recomendado o atacante para o treinador. Ou, pior ainda, se alguém fez a recomendação e foi ignorado por Fossati. A imprensa, repercutindo a torcida, pedia Walter. Não estava errada.
Sábado, a vitória do Inter sobre o Ypiranga teve a marca de Walter. O garoto marcou os dois gols que classificaram o seu time para a final da Copa Fábio Koff.
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