Wianey Carlet

Depois de um primeiro tempo irregular, o Inter voltou pressionando e dominando, amplamente, o Emelec. Walter se movimentava pelos lados e pelo meio, arrematava e fazia boas assistências. Giuliano também tentava marcar. Aí Fossati pensou: se eu não fizer alguma coisa, acabaremos ganhando o jogo. E fez. Tirou quem estava melhor, Walter e Giuliano, deixando quem estava mal: Alecsandro e D´Alessandro. O time piorou e o Inter empatou. Quase no final da partida, acertou a trave do time equatoriano. Poderia ter vencido, apesar das trapalhadas do treinador. Antes da partida, estimava-se que o Inter faria três pontos sobre o time que ainda não ganhara um único ponto na Libertadores. Ora, não existe jogo fácil para este Inter, por mais fraco que seja o adversário. D´Alessandro, mais uma vez, jogou pouco, quase nada. A grande adversária é o seu inferno. Lá, D´Ale não entra, nem empurrado. Enquanto isso, Andrezinho continua sentado no banco de reservas e o argentino segue desfrutando a condição de intocável. Desse jeito, o Inter não tem como ir muito longe nesta Libertadores.

As repetidas façanhas do Pelotas – a maior,  ter desclassificado o Grêmio no Olímpico – estão criando uma dificuldade inusitada: cerca de cinco mil torcedores do Lobão pelotense estão dispostos a comparecer ao Beira-Rio, domingo, para apoiar o seu time na decisão da Taça Fábio Koff, contra o Inter. Ocorre que todos os ônibus disponíveis na cidade já estão lotados e resta muita torcida, ainda, querem se deslocar para Porto Alegre. O entusiasmo é tão grande que já estão pedindo que empresas de transporte de cidades vizinhas a Pelotas se disponham a transportar os torcedores que ainda estão a pé. Convém que o Inter se prepare, adequadamente, para recepcionar um grande número de visitantes e a Brigada Militar esteja pronta para garantir segurança a todos. Inter e Pelotas será um grande acontecimento.

O Inter está repatriando Manga, segundo se informa de Guayaquil. O maior goleiro da história do Inter e, talvez, o melhor do Brasil de todos os tempos – assim pensa Tostão – jogou no Inter e no Grêmio. Na decisão contra o Cruzeiro, em 1975, que deu aos colorados o primeiro título brasileiro, Manga fez defesas fantásticas. A seguir, imagens de dois momentos monumentais do grande Manguita Fenômeno:

Rubens Minelli era o treinador daquele time fantástico de 1975. Os jogadores, na concentração, costumam matar o tempo jogando pif-paf (baralho). O treinador tentava surpreendê-los, o que conseguiu em raras ocasiões. Em uma delas, os jogadores foram alertados que Minelli estava chegando e, rapidamente, as cartas foram parar no colo de Manga. Quando Minelli entrou no quarto, um dos jogadoresv fez sinal com os olhos, indicando para o treinador quem estava cim as cartas. Minelli se aproximou de Manga e deu o flagrante. O goleiro colocou as cartas sobre a mesa e, olhando nos olhos de cada jogador, sentenciou, no seu portunhol atrapalhado:

- Hay traíra, acá.

Na linguagem do futebol, traira significa traidor, alcaguete, dedo duro.

Fernando Carvalho queria que o jogo entre Deportivo Quito e o Cerro uruguaio, ontem à noite, terminasse empatado ou com vitória do Cerro. Deu tudo errado. Até os 40 minutos da etapa final, o sonho de Carvalho se realizava: o jogo estava empatado. Mas os deuses do futebol não estavam afinados com o Inter e o Quito acabou fazendo o gol que lhe deu a vitória e a liderança do grupo. O Inter, que viajou na condição de líder, agora terá que vencer o Emelec, às 19h30 de hoje, para recuperar esta posição. E o time equatoriano colocará em campo a sua força máxima, com apenas dois desfalques compulsórios.

Foto: Tatiana Lopes

Volta Borges e com ele o mais expressivo acréscimo ao ataque gremista. Ao lado de Douglas, o atacante é considerado um dos diferenciados de 2010. A parada pode ter lhe custado o emperramento dos reflexos mas a qualidade técnica não foi afetada. O Grêmio, contra o Avaí, terá na frente uma dupla de definidores.

A derrota para o Pelotas abalou a confiança que vinha sedimentando o time e o trabalho de Silas. Voltaram as suspeitas e as reclamações. Os 15 jogos de invencibilidade foram apagados pelo resultado. Esta noite, contra o Avaí, o novo Grêmio começará a ser testado, verdadeiramente, é o que pensa uma maioria de gremistas. Não deixa de ser uma verdade, embora parcial. O bom Avaí de 2009 não existe mais. Muitos jogadores foram substituídos e a equipe perdeu força. O período de testes, para o Grêmio, está começando mas serão necessários, ainda, outros jogos contra times fortes e importantes para que seja bem avaliada a força deste conjunto, montado para ganhar em 2010 os títulos que desapareceram nos últimos anos.