Deola, goleiro do Palmeiras, fez grandes defesas domingo, contra o Fluminense. Foi xingado, ofendido e agredido pela sua própria torcida. Cerca de dois mil palmeirenses foram ao jogo com o objetivo de pressionar sua equipe, levando-a a ser derrotada. Tudo para prejudicar o Corinthians. Luiz Felipe Scolari escalou oito titulares e deixou o estádio indignado com o comportamento dos torcedores. Porém, tão ou mais triste do que a pretensão da torcida foi o fato de dirigentes do Palmeiras, antes do jogo, terem manifestado igual propósito. Nenhum cartola se dispôs a fazer o discurso da grandeza, tradição e dignidade do Palmeiras, atitudes que estimularam a parcela da torcida que pensa com o fígado e exigia a derrota do seu time.
Está em curso um processo que não terá fim e, se não for debelado, conduzirá o futebol brasileiro ao descrédito. Todos os anos, independente da fórmula, haverá clubes “entregando” jogos para satisfazer o rancor pelos rivais locais. Existem vários exemplos, alguns protagonizados por Grêmio e Inter. Além de ser nojento é pouco inteligente. Quem entrega hoje, amanhã será prejudicado por alguma “entregada”. Aonde chegaremos? Quem não padece de inteligência hepática, sabe.
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