
Tratei do assunto hoje, em minha coluna de Zero Hora. O atropelamento dos ciclistas continua e, por algum tempo, seguirá sendo assunto preferencial. O engenheiro Paulo Schütz leu o que escrevi e, preocupado com o caso, escreve fazendo um alerta muito pertinente:
“Prezado Wianey Carlet,
Sou um dos inúmeros apreciadores de sua coluna em ZH. Perecebo que, embora seja uma coluna que trata predominantemente sobre assuntos do esporte, especialmente futebol, você também aborda outros temas, quando relevantes.
Por isso, venho propor-lhe um tema para sua coluna em ZH, o qual está em evidência nacional nos últimos dias: o atropelamento coletivo dos ciclistas do grupo “Massa Crítica”, movimento que defende o uso da bicicleta como meio de transporte nas cidades.
É claro que ninguém de sã consciência poderia justificar o ato tresloucado do motorista. Nem quero entrar no mérito se a manifestação era ou não autorizada pelas entidades de segurança ou do trânsito. Também não quero entrar na polêmica dos direitos de pedestres, ciclistas, motociclistas, carros, ônibus, carroças, etc. no trânsito.
Você já teceu comentários sobre o assunto, mas gostaria de focar outra questão, qual seja o grave risco que esse tipo de manifestação pode provocar…
Ao impedir o direito de ir e vir de outras pessoas, garantido pela Constituição Federal, os manifestantes assumem risco!
A Terceira Lei de Newton, reza que “a toda ação haverá sempre uma reação oposta e de igual intensidade”. Só que, diferentemente da Lei da Física, no campo psicológico, a reação nem sempre será equilibrada e poderá ser desproporcional… (como o foi a do Sr. Ricardo Neis).
Nos dias conturbados de hoje, pessoas andam no limite de seu equilíbrio psíquico. Sem querer atribuir uma causa específica ao motorista que arremeteu seu carro sobre o grupo de ciclistas, temos de convir que qualquer motorista pode, eventualmente, estar acometido de uma séria pressão desestabilizadora e utilizar sua “arma” (veículo motorizado) contra quem impede seu direito de livre passagem.
Um familiar gravemente enfermo ou acidentado, a perda do emprego, cobrança de dívidas que não pode pagar, estar alcoolizado, etc, etc. Nesses casos, a obstaculização de seu direto de ir e vir, incompreensível para ele, pode desencadear uma reação irracional. Os manifestantes assumem este risco! Movimentos, grupos, ONG´s de toda espécie e de todas as bandeiras sociais, obstaculizam ruas, vias, estradas a todo momento, em pról de suas causas. Quanto mais transtorno causarem, mais atenção da mídia chamarão para as suas causas e objetivos, normalmente, sem oferecer uma alternativa razoável a quem precisa passar.
Temo que, um dia desses, ocorra algo bem mais grave! Temo que, em alguma BR ou ERS, algum caminhoneiro, cheio de dívidas para pagar, pressionado para entregar a carga no prazo, exausto por dirigir horas e horas sem o devido repouso, muitas vezes “rebitado” por anfetaminas, remeta seu caminhão sobre alguma barreira montada por algum grupo de índios ou do MST ou de qualquer outra “bandeira”, em alguma rodovia…
Prezado Wianey, caso queira utilizar o tema ou minhas palavras, me sentiria honrado. Meu nome pode ser referido.
Cordialmente,
Engº Paulo A. Schütz
Santa Cruz do Sul”.
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