Só uma vitória seria melhor resultado. Quando o segundo jogo começar, no Beira-Rio, o Inter já estará classificado para as quartas-de-final. Basta Renan não ser vazado. Falcão cumpriu sua promessa: o Inter, fora de casa, jogaria como se estivesse no Beira-Rio. Foi assim. A força extra de 50 mil uruguaios no Centenário não foi suficiente para o Penharol se impor ao Inter. Pelo contrário, o time de Falcão dominou, sempre. Bolatti foi, disparado, o melhor jogador da partida. Jogou uma enormidade. D´Alessandro apanhou o jogo inteiro e os laterais, como sempre, não ofereceram um único cruzamento decente para Damião. Oscar substituiu Sobis, como estava planejado, e deu o passe para mais um gol de Leandro Damião. O Beira-Rio vai explodir.
Anos de 1970, Inter e Nacional decidem a Libertadores da América, no estádio Centenário. Faltava ao Inter um centroavante confiável e o Nacional tinha Vitorino. Mesmo assim, as forças se equivaliam e o time de Falcão acreditava que poderia vencer. O primeiro jogo, no Beira-Rio, terminara empatado. Rolava a etapa inicial quando a bola foi alçada para a área do Nacional, na direção de Jair. O meia colorado retarda o salto e omite-se da responsabilidade de cabecear. O Inter desperdiça a sua melhor oportunidade, no jogo. Na volta para o vestiário, Mário Sérgio cobra, fortemente, de Jair. Falcão estava se despedindo do Inter. Fora vendido para a Roma por menos de US$ 3 milhões. Jogou como se fosse o jogo da sua vida. Esforço inutilizado pelo gol de Vitorino. Nacional campeão, Inter vice. Quando a bola rolar, esta noite, no gramado irregular do Centenário, certamente as lembranças de Falcão revisitarão o passado. E o treinador colorado acalentará a esperança de que a história, desta vez, será diferente.
O anúncio está no site do Internacional:
“O Blog Arquibancada Colorada, aliado a outros movimentos, convida a torcida colorada para participar da ’1º Caminhada Zona Zul’ pela paz nos clássicos Gre-Nal. O evento será realizado no próximo sábado (30/4), às 10h, com saída da ciclovia da praia de Ipanema, ao lado do restaurante Bologna. A caminhada tem como principal objetivo pedir a paz entre as torcidas e alertar a população que a rivalidade se dá apenas dentro das quatro linhas. Atitude elogiável às vésperas do clássico válido pela final da Taça Farroupilha, que será disputado no próximo domingo, no Beira-Rio”.
Slogan criado para a caminhada: “SOMOS RIVAIS, NÃO INIMIGOS”. Excelente idéia. Ficaria ainda melhor se gremistas organizassem, também, uma caminhada, em sentido inverso, e as duas torcidas se encontrassem no caminho para uma grande confraternização.
As torcidas da Dupla acompanharão com vivo interesse o julgamento que acontecerá hoje à tarde, no TJD, envolvendo o meio-campista Douglas, do Grêmio. Ele foi denunciado de praticar atos hostis contra um jogador do Veranópolis, pelo Gauchão. Incluso no artigo 250 do CBJD, ele poderá receber punição de 1 a 3 jogos. Este blogueiro não acredita em punição. Domingo tem Gre-Nal e, salvo alguma exceção perdida na história, o TJD não costuma condenar jogadores da Dupla em dias que antecedem Gre-Nais. Será uma grande surpresa se acontecer, com Douglas.
Meu querido colega Leonardo Cardoso mostrou-me um texto e, após degustá-lo, pedi licença imediatamente para publica-lo. O Léo é ainda muito jovem, ainda não viveu tempo suficiente para ser tocado pelo saudosismo. Mesmo assim, revelando paixão pelo futebol que o acompanha desde que começou a entender o mundo, lamenta a transformação ocorrida nas últimas décadas quando este apaixonante esporte migrou da categoria de disputa esportiva para o mercantilismo puro. Acompanhem o texto do Léo, vocês vão gostar:
“O FUTEBOL PERDEU A SUA ALMA
Por Léo Cardoso
Poucas semanas atrás assisti ao tie-break de uma partida de vôlei entre Minas e Montes Claros, pela superliga de vôlei. O jogo tinha sido disputadíssimo, com direito a viradas espetaculares, erros de arbitragem e discussões entre um ponto e outro. E não foi diferente no set decisivo. Placar apertado, ataques fortes, sofrimento e mais lances duvidosos. Ao final, o clube da capital mineira saiu vencedor. Festa no ginásio. Porém, o que me chamou a atenção nesta partida foi o momento em que a merecida comemoração foi interrompida para a realização de um dos mais belos rituais do esporte: o cumprimento à equipe adversária na rede. Mesmo depois de uma batalha em quadra e de uma vitória suada, todos os atletas vencedores contiveram a euforia e se dirigiram cordialmente para o centro da quadra. Os derrotados, da mesma forma, engoliram a tristeza e sorriram, dando os parabéns aos adversários vitoriosos. Uma bela cena que, infelizmente, está cada vez mais rara de se ver nos gramados. Nas arquibancadas, então, nem se fala. O futebol perdeu esse encanto do esporte, pois virou negócio, em que o resultado final é infinitamente mais importante do que a disputa.
Há alguns meses li um artigo publicado em uma edição de 2007 da revista Piauí que levava o titulo de “O esporte que vendeu sua alma”. Trata-se de um relato do antropólogo Marcos Alvito, durante visita à Inglaterra, sobre a situação do futebol daquele país na época e como um passatempo das mais baixas classes inglesas se tornou um esporte mundialmente conhecido que move cifras incalculáveis. Alvito fala dos times vendidos, dos empresários e donos de clubes, das construções de estádios e arenas patrocinadas por empresas milionárias dos mais variados segmentos e faz um contraponto com as divisões mais baixas, em que os jogadores ainda trabalham de dia para treinar à noite. Quatro anos após ser publicado, o texto pode muito bem ser aplicado ao Brasil. Muito do que foi contado ali pode-se ver acontecendo hoje em nosso país. O futebol virou empresa. A paixão foi substituída por interesse. Jovens deixam o país para alimentar a demanda internacional. Voltam tempo depois para encerrar a carreira atraídos por promessas de retorno financeiro garantido por campanhas de marketing que usam a imagem do atleta. Um grande business que pouco tem a ver com esporte.
Os clubes, pouco a pouco, perdem suas identidades. E nas arquibancadas, os torcedores seguem o mesmo rumo. Vão ao estádio para ver, muitas vezes, um time que nada mais tem das raízes que um dia o fundaram. Chegam para ver a vitória. Descontrolam-se quando ela não vem. Nessa transformação dos clubes em empresas, a torcida passa a ser cliente e, como tal, começa a cobrar o serviço pelo qual pagam. Com isso vem a cobrança exacerbada, a violência contra diretores e atletas, as confusões generalizadas. Poucos ainda vão em busca do espetáculo, do prazer de assistir a uma partida de futebol. A flauta saudável deu lugar às juras de morte nas redes sociais. Juras que não raro estampam os jornais, concretizadas.
O futebol não tem mais poesia. Endureceu, cedeu às engrenagens do negócio lucrativo. Se afastou da condição de esporte, passou a ignorar o conceito de arte que o classificou durante décadas. Esqueceu de seus craques que amaram a camiseta, acariciaram a bola, deslizaram pelo campo. Dizem que o futebol evoluiu, que os jogadores de hoje são mais bem preparados, mais habilidosos. Há mais estrutura, mais infra-estrutura. Uma evolução puramente material, pois, por dentro, o futebol perdeu sua alma.”
Este post contém uma informação e uma suposição. Informação: Rafael Sobis está perdendo a posição para Oscar.
Pelo menos, no jogo de amanhã, em Montevidéu, contra o Peñarol. Falcão admira Oscar pela sua capacidade técnica, drible fácil e chute de média e curta distâncias. Como Sobis não vem cumprindo boas atuações, o treinador colorado decidiu experimentar Oscar ao lado de Leandro Damião. Os dois garotos formarão o ataque colorado, no Estádio Centenário.
Agora, a suposição. Falcão mantém Andrezinho na equipe, pois entende que o meia está atravessando o seu melhor momento, desde que chegou ao Beira-Rio. Se o substituísse agora e Oscar não fosse bem, perderia os dois jogadores. Falcão quer aproveitar o entusiasmo de Andrezinho. E, como escalará Oscar no ataque, ficam atendidos todos os interesses.
Quem está jogando bem, não sai do time. Esta é uma regra de Falcão..
É impossível publicar todos os e-mails que começaram a chegar após o jogo de ontem. Vou selecionar alguns e, durante o dia, dar voz a torcedores gremistas, inconformados com o seu time. Aí vão as duas primeiras manifestações:
“Wianey permita-me externar uma opinião a respeito do meu clube o Grêmio. Escrevo, ainda, sob a forte emoção da derrota para o U.Católica. É visível para mim, Wianey ,o processo involutivo não do time mas do clube. O Grêmio depois que foi pela segunda vez para a segunda divisão do futebol brasileiro, demonstra claramente para mim um processo lento mas constante de apequenamento como clube. Alguns espasmos eventuais de vitórias mascaram um pouco este processo mas ele ocorre. É um problema basicamente de gestão administrativa. São contratações mal feitas, como por exemplo, este Carlos Alberto que visivelmente não tem condições de jogar no Grêmio pelo futebol e também pelo comportamento, ele não se enquadra no perfil que nós torcedores queremos. Assim como ele muitos são contratados, num desperdício impressionante de recursos. Dou tb. como exemplo a quantidade enorme de Grenais perdidos nos últimos tempos o que demonstra uma situação de inferioridade em relação ao Inter. Fazendo uma outra comparação com o Internacional, o orçamento deste é quase o dobro da do Grêmio, ou seja, mais recursos financeiros equivalem a um time melhor e um clube também melhor e mais poderoso, isto graças a quê? A um melhor gerenciamento do clube. Mas é só um exemplo de que como a elite dirigente do clube gremista por uma concepção totalmente equivocada de como administrar um clube de futebol, está levando o nosso clube a um patamar nada honroso para uma instituição centenária. Eu não tenho dúvidas neste processo de involução do clube, só um milagre ou a sorte de encontrarmos uma direção que tenha competência, honestidade e que tenha um planejamento estratégico para reverter este processo e que vislumbre um futuro mais auspicioso para o Grêmio. Tenho 56 anos e já presenciei vários momentos tanto de vitórias como derrotas, mas repito: o que me assusta é justamente esta percepção da involução institucional do clube e de que num futuro muito próximo estaremos, graças a esta filosofia administrativa, brigando para sermos novamente o campeão da segunda divisão. Tomara que eu esteja errado, mas é o que eu penso. Um abraço – RUBEN T. VASCONCELLOS”.
Segunda manifestação:
Seria simpático considerar que o Grêmio tem boas possibilidades de buscar a classificação na casa do Universidad Católica, mas quem teria tal atrevimento depois de ver o jogo de ontem? O Grêmio foi a repetição de si mesmo: zagueiros fora do lugar, laterais marcando mal e apoiando pior ainda, volantes se mandando para o ataque e, na frente, Borges nada fazendo. Pior, agredindo um adversário e sendo expulso a 34 minutos da etapa inicial. O golaço marcado por Douglas foi inutilizado pelo segundo gol do Universidade. Adivinha como? De cabeça, claro, que bola alta na área do Grêmio é sempre festa do adversário. Leandro, que era a esperança gremista, não conseguiu superar a forte marcação chilena. Derrota em casa, frustração de uma grande animada torcida. O Grêmio poderá vencer, em Santiago? Poderá, claro, mas com Lins? Júnior Viçosa? Carlos Alberto? Com que ataque? Que o jogo de ontem seria complicado, todo o mundo sabia. O que ninguém esperava era a derrota do Grêmio. Em casa.
Embora este seja um blog esportivo, não consegui ficar indiferente ao desabafo sentido de um gaúcho. Publicar o seu e-mail tem um único objetivo: sensibilizar motoristas e autoridades para as atrocidades que são cometidas, diariamente, pelas ruas, avenidas e estradas do Rio Grande do Sul. O texto é o que segue:
“Escrevo para tentar desabafar e levar um pouco de indignação contra a sociedade brasileira e seus governantes. Ao mesmo tempo, tentarei descobrir se Deus existe, e conto com a ajuda de vocês para isso.
Acontece que no último domingo de páscoa, as 20 horas, minha sobrinha – Luiza Helena – foi atropelada na faixa de segurança na cidade de Santa Maria/RS (eu moro em Caxias do Sul). Nesta mesma faixa, na semana anterior, um padre foi atropelado e não resistiu aos ferimentos e faleceu. Esta faixa de segurança fica na esquina de uma avenida movimentada e em frente à Igreja.
Aqui começo a questionar Deus. Como pode “Deus” permitir que um de seus seguidores e mensageiro de sua “palavra” seja brutalmente atropelado e morto em frente à sua “casa”? Minha sobrinha, uma menina de 5 anos, indefesa, inocente, alegre, inteligente, LINDA!!! Não tenho palavras para descrever tudo o que ela era (é)… ter a vida ameaçada por um IRRESPONSÁVEL que não parou na faixa de segurança no momento em que uma multidão saía da missa e atravessava a rua.
O atropelador deu a desculpa de que não viu minha sobrinha, mas e o restante da multidão que deixava a missa?? Ele também não viu?? Não bastava esta multidão para ele reduzir a velocidade ou até mesmo, em um ato de lucidez, parar para que estas pessoas pudessem atravessar a rua na faixa de segurança? Tento entender o que aconteceu, mas realmente não consigo.
Uns dizem que “Deus escreve certo por linhas tortas” – ou ele escreveu errado, ou as linhas estavam muito tortas para acontecer isso com a Luiza Helena. Outros dizem que “Todos temos um anjo da guarda” – onde estava este anjo neste momento? Ou ele foi atropelado também e ninguém viu? Alguns chegam a dizer que “Aqui se faz, aqui se paga” – o que uma garotinha linda, inocente fez com 5 aninhos de vida para pagar deste jeito?
Uma vez cheguei a acreditar que “viemos ao mundo com uma missão a ser cumprida” – qual a missão da Luiza Helena?? Além de nos dar amor, carinho e alegria durante 5 anos, qual a missão que ela concretizou que permitiu que isso acontecesse??
O que eu sei é que as autoridades não irão fazer nada com o atropelador. Também sei que muitas pessoas precisarão ser atropeladas até que alguém “inteligente” resolva colocar uma lombada, uma sinaleira, um pardal ou outro artifício que resolva o problema desta esquina que vem matando e causando dor em muitas famílias todos os dias.
Também sei que “Deus” existe!!! Sim, acredito em “Deus”, não sei exatamente em qual “Deus”, mas se “ele” colocou minha sobrinha nesta situação, “ele” terá que tirar ela desta, pois caso contrário, quando eu puder “acertar minhas contas” com ele, irei com certeza cobrar isso com muitos juros!!! Aí “Deus”, se eu não o conheço, com certeza “ele” irá me conhecer!! Por favor, ajudem-me a fazer com que esta minha indignação chegue às autoridades competentes para que façam alguma coisa com esta rua maldita de Santa Maria que vem causando dor nas famílias.
Alguém precisa fazer alguma coisa para acabar com os atropelamentos naquele local!
PS: Minha sobrinha está em coma, com risco de vida grave e se sair desta – eu acredito que ela irá sair – poderá ter seqüelas irreversíveis pela gravidade da lesão sofrida no cérebro. Abraços, Eduardo Toledo – Caxias do Sul/RS”.
O sofrimento, às vezes, deforma a nossa lucidez, é compreensível. Mas, será difícil de entender se as autoridades municipais de Santa Maria não providenciarem equipamentos que protejam os cidadãos, nesta rua, da selvageria do trânsito. E a Justiça, que não sonegue punição cabível ao atropelador.
No final da tarde de ontem, lideranças das torcidas organizadas de Grêmio e Inter foram convocadas pela Brigada Militar para uma reunião. Ainda são desconhecidos os detalhes do encontro, mas sabe-se que a Geral do Grêmio e a Popular do Inter foram comunicadas que não poderão mais levar os seus instrumentos para os estádios e o tamanho das bandeiras também será limitado. Por quê? Simples, porque as duas torcidas negam-se a seguir o que determina o Estatuto do Torcedor, isto é, não querem se organizar. O motivo é simples: sem estatuto, endereço e cadastro dos integrantes, algumas lideranças se escondem no anonimato proporcionado por milhares de outros torcedores para promover a baderna, confrontos com outras torcidas etc.
Infelizmente, estas más lideranças recebem gordos subsídios dos clubes. Viajam para todos os lugares, inclusive exterior, hospedam-se em bons hotéis, vão aos jogos e…. brigam. A Brigada Militar fez a sua parte. Seria muito bom se os clubes também fizessem a deles, estimulando a civilidade e deixando de proteger verdadeiros delinquentes, que nada acrescentam ao futebol.
Desde o anúncio de que Victor ficará afastado dos jogos por algumas semanas, não se tem ouvido muitas lamentações por parte da torcida gremista. A explicação é óbvia: Marcelo Grohe já fez o suficiente para ganhar a confiança das arquibancadas.
Ele tem substituído Victor nas suas convocações sem que o time sentisse a ausência do seu goleiro titular. Victor é especial, ninguém contesta, mas tem sofrido gols defensáveis em quantidade acima do aceitável. A falta de sequência de jogos não tem perturbado Grohe nas vezes em que substituiu Victor. A serenidade com que os torcedores encaram a ausência de Victor está na certeza de que o Grêmio tem bom reserva para o seu goleiro titular.
Eu sou apenas um rapaz latino-americano, sem dinheiro no bolso, nascido em Três Passos (RS), na longínqua data de 16 de julho de 1949. Na minha carteira profissional está escrito: jornalista e radialista.
Wianey por Rosane:
"Ele é o multimídia incansável. Trabalha sete dias por semana e briga com tanta convicção por suas ideias que eu não sei de onde tira tanta energia."
Wianey por David:
"Quando o Wianey chega agitado aqui, no Esporte da Zero, a gente já sabe: a coluna dele vai provocar jogadores, técnicos, torcedores, juízes, todo mundo. O problema é que o Wianey chega todos os dias agitado aqui, no Esporte da Zero."
Wianey por Sant'Ana:
"Wianey Carlet, o Torquemada dos treinadores."
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