Chega a ser constrangedor a inobservância por parte de treinadores de certas obviedades. Uma delas é o desrespeito às características técnicas de um jogador para beneficiar a elaboração tática do técnico. Trata-se de uma marca dos últimos anos: a ditadura ideológica esmagando as potencialidades de quem joga.
Adilson Batista, recentemente, afrontou os seus jogadores, quando ainda treinava o Santos, com uma frase que expressa, primorosamente, esta constatação. Disse Adilson: “a gente manda e eles cumprem, é assim que funciona”. Errado. Ao jogador devem ser confiadas tarefas compatíveis com as suas vocações. Neste momento, Mano Menezes repete a incúria com Alexandre Pato. Obriga o craque do Milan a jogar enfiado entre os zagueiros quando Pato sempre jogou vindo de trás, em movimentação. Resultado: o centroavante está jogando menos do que pode. Alguém se atreverá a contrariar o treinador? Não, claro. Não adiantaria.
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