Wianey Carlet

Está anunciado que o Independiente entrará em campo, amanhã, preparado para impedir que o Inter marque gols. Segundo informações que circulam na imprensa argentina, o Inter terá que superar uma baita retranca. Para ter sucesso, o time de Dorival Júnior terá que entrar em campo sob dois sentimentos prioritários: paciência e vocação para atacar. Será difícil concordar com Dorival se, para acomodar os mais destacados jogadores, ele escalar apenas Leandro Damião, no ataque. O jogo de amanhã, definitivamente, não recomenda que o Inter jogue no 4-5-1.

Mais uma da FIFA: o Internacional terá que substituir a drenagem do Beira-Rio. Para atender a mais esta exigência da insaciável entidade, o Inter gastará R$ 3 milhões e terá que fechar o Beira-Rio durante seis meses, aproximadamente. Se arrependimento matasse, acho que o Inter já estaria morto e sepultado. Jamais os dirigentes colorados devem ter imaginado que a pentelhação da FIFA chegasse ao ponto que chegou. Bem, pelo menos uma vantagem advirá da nova exigência: se o estádio não puder receber jogos, então a Andrade Gutierrez terá o tempo que precisa para realizar as obras de remodelação. Enquanto os trabalhos se processam, o time terá que sediar os seus jogos no Passo D´Areia ou no estádio do Novo Hamburgo. Será que valerá a pena tanto sacrifício para receber jogos do Mundial/14?

Faz parte da tradição que, antes de qualquer Gre-Nal, os disputantes do clássico declarem que o adversário é favorito. O Inter, neste momento, nada fala sobre o grande jogo porque está concentrado na decisão de amanhã, contra o Independiente, valendo o título da Recopa. No Olímpico, contudo, todas as atenções estão voltadas para o Gre-Nal. Paulo Odone, presidente do clube, classifica o momento do Inter como “fase áurea” e declara que o Grêmio “é zebra”. Qualquer análise que se faça do momento dos dois times indica que o dirigente gremista está sendo realista. Porém, Gre-Nal sempre foi um jogo em que a lógica, muitas vezes, foi desconsiderada. São fartos os exemplos em que a equipe menos qualificada acabou surpreendente, mercê de disposição extraordinária do time. É difícil imaginar o Grêmio jogando bem e com a combatividade de outros tempos, postura ausente, este ano, no Olímpico. Mas, cometerá grosso equívoco quem colocar esta circunstância no campo do impossível. O Grêmio é um náufrago que só tem uma ripinha para se agarrar e, talvez, se salvar. Nestas condições, o inditoso nadador agarra-se no pauzinho e não larga nem que a vaca tussa. O Grêmio está afundando. Não perder o Gre-Nal significa chance para sobreviver. Não se desconsidere esta situação e as suas possíveis conseqüências.

Apareceu mais um clube europeu interessado em contratar Leandro Damião: Porto, de Portugal, que faturou, recentemente, 45 milhões de euros com a venda de Falcão Garcia. Os portugueses ainda não apresentaram uma proposta oficial, mas, observando a tradição, não devem oferecer uma soma que seja considerada pelo Inter como irrecusável. Mas, seja qual for a proposta, ouvirão como resposta que Damião custa 50 milhões de euros, valor fixado pelo seu “passe”.

O presidente do Inter, Giovanni Luigi, decidiu endurecer o jogo. Não venderá a sua preciosidade por preço vil. Quem quiser levar o centroavante terá que engordar o saldo bancário colorado. Luigi está determinado a manter Damião até, pelo menos, dezembro. Resolveu que só venderá o artilheiro se aparecer na sua mesa uma proposta de tirar o fôlego. Como a Europa está em crise econômica e os clubes dependem de avais bancários para bancar transações milionárias, é possível que o desejo do presidente colorado seja atendido. E como Leandro Damião não demonstra empolgação por sair, contrariando a regra, a sua permanência no Beira-Rio, por mais algum tempo, não é um sonho distante. A janela para transferências internacionais fecha no próximo dia 31, quarta-feira da semana que vem.