Peço aos torcenautas que prestigiam este blog, para que leiam com atenção o que dizem estes dois torcedores, um gremista e outro colorado, referindo-se a arena gremista e a reforma do Beira-Rio:
“Em ZH de hoje, no caderno de esportes, foi noticiada a ampliação do projeto Arena do Grêmio, com aumento da capacidade do estádio de 53 mil para 60.700 torcedores. Em troca, a empresa OAS passa a dividir a receita do estádio desde o seu início, enquanto o projeto original previa esta divisão a partir do sétimo ano.
Sempre fui simpático ao projeto. Todavia, esta notícia me causa muita preocupação. Primeiro, porque se divulga um aumento de 65 milhões no custo da obra. É relatado, ainda, que será o maior estádio do sul do país. Pergunto-me qual a necessidade de um estádio de 60 mil pessoas? Quantas vezes por ano será atingida esta capacidade? Ao que parece, esta alteração é mais um devaneio da rivalidade Gre-Nal. Justifica-se apenas para que possamos dizer que nosso estádio é maior que o deles.
Preocupa-me que dirigentes contraiam tamanha despesas para o clube, motivados por razões tão pequenas. Preocupa-me, ainda mais, que um projeto tão dispendioso, que consumirá tanta receita do clube, não tenha a devida atenção dos gremistas, a despeito das notícias veiculadas na mídia.
Espero que os dirigentes de hoje sejam lembrados pelo período em que o Grêmio precisar pagar esta conta (David Corrêa Dória)”.
Atentem, agora, para os cálculos apresentados por este torcenauta:
“Wianey, impossível não comentar: não é apenas nas obras públicas que se verificam absurdos e/ou descalabros, como o superfaturamento de obras. A única certeza que se tem, tratando-se de obras de grande porte no país, é que, independentemente da natureza pública ou privada da obra, as grandes construtoras sempre saem ganhando lucros exorbitantes, em detrimento de toda uma coletividade. O recém noticiado aditivo para Arena do GFPA é um exemplo: segundo as notícias publicadas nos meios de comunicação, a obra estaria orçada em R$450milhões de reais e a capacidade prevista para o estádio seria de 56.700 torcedores, o que significa, aplicando-se uma “regra de três simples”, que o Grêmio estaria arcando com um valor de R$7.936.507,93 ou aproximadamente oito milhões de reais para cada grupo de um mil torcedores, na proposta original.
Já pelo aditivo, o Grêmio estaria arcando com um valor de R$65milhões para mais 4mil novas vagas no estádio, o que significa, novamente aplicando-se uma “regra de três simples”, que cada grupo de um mil torcedores adicional custará ao GFPA o valor de R$16.250.000,00, ou seja, um pouco mais de R$16milhões.
Resumindo: as 4mil novas vagas no estádio custarão, proporcionalmente, mais do que o DOBRO do valor das vagas originais. Para ser mais preciso, as novas vagas custarão 204,75% [= (16.250.000,00 ¸ 7.936.507,93) X 100] a mais do que as antigas! É um absurdo!
Apenas para comparar, a variação acumulada do INPC desde fevereiro de 2007 (mês em que a OAS apresentou publicamente o projeto da Arena) totaliza um percentual de 28,08%! Isso significa que aludida variação percentual no valor das vagas da Arena equivale a 7,29 vezes (= 204,75% ¸ 28,08%) a variação da inflação cumulada desde a publicidade do projeto, medida pelo INPC-IBGE.
É por essa e outras que algumas notícias veiculadas na imprensa sobre a chamada “parceria estratégica” do Inter com outra grande construtora nacional têm me deixado apreensivo como colorado. Acho que seria de muito bom tom, se a Diretoria do SCI tornasse públicas as principais condições e exigências da empresa Andrade Gutierrez, antes de se comprometer contratualmente.
Em outro aspecto, creio que seria interessante se você publicasse algum comentário a respeito em sua coluna ou em seu blog, no intuito de alertar os gremistas mais incautos e desatentos para a dimensão do ônus que terão de arcar para possuir o maior estádio do Rio Grande do Sul por uma diferença de apenas 1.700 vagas, bem como para evidenciar a postura de tão “afável” e “despreendida” parceira estratégica (estou sendo irônico, é claro).
Atenciosamente, Tales Braun Pivatto”.
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