Existe uma regra obscura e não escrita, seguida por grande parte dos árbitros brasileiros: aplicam-se cartões por reclamações ou suspeita de simulação mas permite-se a violência descarada contra jogadores habilidosos. D’Alessandro é a vítima gaúcha mais destacada desta regra bandida. Até o jogo que antecedeu Inter e Vasco, o argentino rebelava-se contra a omissão da arbitragem e deitava reclamação, comportamento que vinha lhe rendendo uma acumulação de cartões e penalizações. Domingo, D’Ale resolveu calar. Apanhou quieto. O árbitro, Alicio Pena, pouco ou nada se importou com a deslealdade empregada para parar o meia colorado. A tudo assistiu, impassível, como se estivesse aguardando uma queixa de D’Alessandro para enfiar-lhe um cartão pelas amígdalas. A arbitragem brasileira atravessa um dos seus piores momentos. E o comando nacional, encastelado na sua autoridade suprema, a tudo aprecia em doloso silêncio. Deveria haver uma rebelião dos clubes contra os desmandos da arbitragem. Mas, como destruíram a única entidade que os representava, tornaram-se frágeis e ainda mais incapazes contando, agora, apenas com as suas individualidades. Aguardemos por piores tempos.
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