Wianey Carlet

Mano Menezes não convocou Kaká alegando que as apresentações do jogador no Real Madrid não o convenceram. Entretanto, voltou a convocar Ronaldinho Gaúcho, mesmo que este esteja jogando cada vez menos no Flamengo. Mano Menezes fez pior: justificou a convocação do R10 dizendo que ele faz parte de um projeto.

Ora, mas que projeto, meu Deus? Ronaldinho terá 33 anos na próxima Copa do Mundo. Provavelmente, estará produzindo ainda menos do que produz hoje. Que incoerência de projeto é este? Enquanto isso, Oscar nem foi lembrado, embora tenha idade para a Seleção Olímpica. Difícil entender.

O presidente do Grêmio tirou o seu time de campo. Depois de ouvir o Ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, repetir dezenas de vezes que a Copa será no Beira-Rio e era inviável ter jogos da Copa das Confederações na Arena do Grêmio, Paulo Odone desistiu. Não insistirá mais com o seu projeto. Na verdade, nunca houve a mínima possibilidade de trocar o estádio da Copa e, menos ainda, de fazer jogos da Copa das Confederações em um estádio que não fosse mundialista.

O próprio Odone, que já foi Secretário da Copa, sabia disso. Mesmo assim, empreendeu uma campanha quixotesca cumprindo o seu papel de presidente do Grêmio e de político. Persistir na empreitada acabaria lhe rendendo posição ridícula. Odone, pelo menos, pode dizer que tentou, fez o possível. Se não deu, paciência.

A pressa pela assinatura do contrato entre o Inter e a Andrade Gutierrez é do Inter, colorados e da imprensa. Só não parece ser da construtora e do governo federal. É possível, até, que a dimensão da ansiedade seja exagerada. Durante as 23 horas em que permaneceu em Porto Alegre, o Ministro dos Esportes, Aldo Rebelo revelou tranqüilidade de monge. Reiterou dezenas de vezes que não se importa com a data da assinatura, mas, sim, com a data da conclusão das obras.

Em momento algum alterou o tom de voz ou vacilou na sua convicção. De onde virá esta certeza toda de Rebelo? Resposta óbvia: na condição de alto mandatário nacional, ele tem conversado, diretamente, com o presidente da Andrade Gutierrez. E foi informado do andamento do processo além de receber garantias de que a reforma será concluída com folga de tempo. Trata-se da palavra empenhada por um gigante da construção civil. Alguém imagina a AG mentindo para o governo, com quem mantém lucrativa relação? Sendo assim, recomendo um pouco mais de paciência. Acredito, mesmo, que brevemente se ouvirá o ronco dos tratores.