Na fábula de La Fontaine, a montanha começou a se agitar e a emitir ruídos pavorosos, atraindo atenções de todas as partes. Os dias foram passando e a montanha aterrorizava cada vez mais as pessoas com os seus sons estranhos e inexplicáveis. Um certo dia, a montanha se agitou tanto e rugiu como nunca havia rugido. Em seguida, abriu-se e, do seu interior, surgiu um ratinho. Oscar não é o ratinho da fábula, mas sua liberação para jogar retrata, cada vez, o parto da montanha. Um verdadeiro conto de terror que tira o sono do jogador, torcida e dirigentes e obriga os advogados do Inter a montar estratégias de guerra para conseguir o que já está devido, desde a concessão do hábeas corpus pelo Ministro Guilherme Caputo Bastos. Foi assim, mais uma vez, para que Oscar desfrutasse o seu conquistado direito de enfrentar o Fluminense. A CBF não hesitou em falsear a verdade na tentativa de confundir a Conmebol. Para a entidade sul-americana, não interessam eventuais pendengas na Justiça. O que ela precisa é saber, como no caso, se a CBF concedeu condições de jogo para determinado jogador. E a CBF já atendeu este requisito desde que foi intimida pelo ministro do TST a inscrever Oscar como jogador do Inter. Na mesma data, quatro de maio, registrou no BID que o contrato de Oscar com o São Paulo estava rescindido, segundo avaliação da CBF que não poderia inscrever um jogador que tivesse contrato com dois clubes. Assunto encerrado? Não, a própria CBF, ignorando sua decisão, resolveu confundir a Conmebol falando de um processo que está aberto, sem resolução, no TRT paulista. Finalmente, diante da pressão colorada, fez o que deveria fazer desde o início: informou a Conmebol que Oscar é jogador do Inter está apto a jogar. Esta decisão é o ratinho e a história um moderno parto da montanha.
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